A dor na região da lombar é algo que grande parte da população em alguma fase da vida. Uma queixa tão prevalente deve ser levada a sério em sua abordagem de saúde, especialmente pois afeta a independência funcional de quem sofre.
Algo importante a ser levantado é que a queixa é um sintoma, e não uma doença. Acrescentamos este fato à causa desta queixa, que em grande parte é inespecífica, ou seja, não se sabe de fato o motivo pelo qual o indivíduo experimenta dor lombar. Sendo a lombalgia um sinal do seu corpo frente a um desequilíbrio, de causa desconhecida na esmagadora maioria das vezes, entendemos quão complexa pode ser a escolha do tratamento.
Acontece que há muitos fatores que podem desencadear a dor na região. Trata-se de uma parte do corpo com muita interação entre músculos, vísceras, ligamentos, discos e nervos. Todas estas estruturas são capazes de receber estímulos nocivos e encaminha-los para o cérebro. Este, que é nosso centro de comando que é a estrutura capaz de perceber estes estímulos e interpretá-lo como dor. Nem sempre há uma lesão real na região da queixa, basta que o cérebro traduza como dor para que desencadeie e amplifique tudo.
Em cerca de apenas 3% dos casos de dor na lombar verificamos algo mais sério, uma causa realmente específica que explique a dor. Estes ínfimos casos estão relacionados a fraturas após traumas, câncer na região, infecção, síndrome da cauda equina (perda de controle de urina e fezes, perda dos reflexos e força dos membros inferiores e disfunção erétil) e condições inflamatórias reumatológicas. A recomendação de realizar exames de imagens em casos de lombalgia só é justificada em casos de suspeitas de alguma dessas condições. Para as lombalgias inespecíficas – os outros 97% - não há benefício clínico em se expor a radiação dos exames, uma vez que não poderemos atribuir os achados de imagem à dor experimentada.
É importante o incentivo ao retorno precoce às atividades diárias e o repouso absoluto não é recomendado. Caso busque tratamento fisioterapêutico, o ideal é que seja uma escolha de terapias mais ativas. Técnicas passivas podem ajudar no início, quando há uma grande irritabilidade dos tecidos da região lombar, mas devem logo ser substituídos por exercícios para ajudar a melhorar o quadro clínico de forma evolutiva. Não são recomentadas as cintas imobilizadoras e em caso de dor forte é possível seguir com condutas domiciliares para que não haja mudanças de comportamento na rotina.
Lembrando que a lombalgia é um sinal do corpo diante de um desequilíbrio e que ele tende a não estar em somente uma estrutura específica no corpo que seja responsável pela dor, é extremamente relevante que o “todo” esteja em harmonia. Evitar o sedentarismo, ter boas escolhas alimentares, cuidar da saúde mental, fazer meditação e ter boa socialização podem ser boas estratégias para não ter crises de dor lombar e também para sair das crises caso aconteçam.
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