Você sabe o que está acontecendo nos bastidores para promover a mobilidade elétrica no Espírito Santo? Para isso, conversei com algumas pessoas que participam de projetos que prometem alavancar o futuro dos carros elétricos no nosso Estado.
Por meio do Mobilização Capixaba pela Inovação (MCI) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes), Reginaldo Barbosa Nunes, doutor em engenharia elétrica e professor do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), coordena o projeto Mobilidade Elétrica ES do governo do Estado, junto com uma equipe que ultrapassa 20 participantes entre professores e bolsistas do Ifes e da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
O objetivo do projeto é estudar os impactos da adoção de dez veículos totalmente elétricos na patrulha escolar da polícia militar. O projeto iniciou em 2020 e foi desenvolvido um protótipo de telemetria que captura os dados dos veículos elétricos e envia para um banco de dados em nuvem que compila as informações e, através do aplicativo mobile, são realizadas as consultas das informações.
No final de 2023 será lançado o relatório final da pesquisa que o professor já nos adianta, em primeira mão, alguns temas:
- A viabilidade econômica e financeira do Estado do Espírito Santo na adoção de veículos totalmente elétricos.
- A estratégia de alocação de pontos de recarga de veículos elétricos no Estado.
- A avaliação da matriz energética capixaba e seus impactos na rede de distribuição de energia elétrica com o crescimento da frota de veículos elétricos no Estado.
- Estratégias para implantação de subsídios para emissão de menos carbono.
- As possibilidades de novos negócios, estratégias para alavancar a mobilidade elétrica no Estado
- O desenvolvimento de cursos de veículos elétricos.
Este último, aliás, já está em sua segunda edição por meio da disciplina Introdução a Veículos Elétricos, oferecido no Ifes da Serra.
O professor ainda menciona um dos resultados surpreendentes do estudo. "A diferença entre consumo de energia elétrica e combustível já trouxe uma economia de R$ 120 mil ao ano. Enquanto a economia com manutenção, gira em torno de R$ 100 mil por ano e o retorno de investimento, de três a quatro anos", diz.
De acordo com Alexandre de Mello Delpupo, físico e especialista em regulação e fiscalização da Agência de Regulação de Serviços Públicos do Espírito Santo (ARSP), consta na agenda regulatória do triênio 2022 a 2024, aprovada pela Resolução ARSP n° 058/2022, estudos acerca de políticas públicas para usinas fotovoltaicas, ações associadas ao Plano de Neutralização de Emissões de GEE do Espírito Santo 2050 – NetZeroES e mobilidade elétrica urbana.
Ele destacou que inicialmente, para esse último, o projeto objetiva propor políticas públicas e privadas em mobilidade elétrica coletiva para os ônibus urbanos. Contudo, a pesquisa pode também ser estendida para caminhões de lixo, frotas leves e pesadas privadas, além das públicas.
Os estudos contribuirão para ampliação no sistema Transcol, tendo em vista a política pública já implantada pela secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi), avaliando a viabilidade técnica e econômica na adoção de ônibus elétricos no Espírito Santo.
Com isso, os projetos a longo prazo para os ônibus elétricos também poderão ter incorporados no período de reposição dos veículos, a inclusão de novos fabricantes, tais como as chinesas BYD e Higer, a fim de obter um espectro com todos os produtos disponíveis no mercado, buscando as melhores formas de negócios e os resultados técnicos que cada empresa entregará.
Dessa forma, o governo do Estado, por meio de suas instituições, vem promovendo a eletromobilidade, o uso de energia renováveis e a eficiência energética no Estado do Espírito Santo.
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