Os carros elétricos já são uma realidade e devem continuar crescendo nos próximos anos no Brasil, segundo um estudo encomendado pela General Motors. Até 2035, o país provavelmente chegará à marca de 5,5 milhões de elétricos circulando nas ruas. Isso significa que mais pessoas vão precisar de pontos para recarregar seus automóveis plug-in.
No Espírito Santo, essa realidade ainda é bastante embrionária. Há poucas estações para atender às necessidades dos motoristas de carros elétricos. As que existem, atualmente, são por meio de parceria com a EDP, espalhadas em pontos estratégicos da Grande Vitória e no interior, ou por meio de instalação de empresas especializadas.
Um exemplo é a startup capixaba Ecodot. Fundada em 2021 por David Tarcisio de Souza Lima, engenheiro civil e sua esposa e sócia, Laila Santos Oliveira de Souza Lima, ambos vislumbraram a oportunidade de investir em infraestrutura para carros elétricos. No entanto, eles esbarram ainda na falta de cultura por parte do mercado ao oferecer a instalação das estações da empresa em locais como comércio.
Mas, de acordo com David, ainda há muita resistência por parte dos comerciantes, mesmo oferecendo de forma gratuita, dependendo da negociação com o ponto comercial, o carregador e a instalação. Em uma conversa com o empresário, ele avalia que muitos comerciantes não enxergam o futuro promissor do mercado de carros elétricos. E que instalar um ponto de recarga, além de trazer novos clientes, ainda se torna um diferencial para a empresa, pois mostra que ela se preocupa com a questão ambiental.
No caso da Ecodot, a empresa compartilha os lucros do abastecimento com o comércio onde a estação está instalada, o que acaba se tornando uma receita recorrente para os dois parceiros, visto que uma hora ou outra, alguém vai precisar estacionar o carro para recarregá-lo. Pelo aplicativo do celular, o motorista que vai recarregar seu carro, destrava a tomada e faz o pagamento de acordo com o tempo em que o carro ficar carregando.
A falta de cultura e de enxergar esse tipo de oportunidade tem sido um entrave para que mais estações de carregamento possam surgir em diversos pontos da Grande Vitória e também nas cidades do interior. E isso impede o crescimento exponencial desse mercado, pois se há a instalação de carregadores, há a necessidade de material elétrico, infraestrutura e mão de obra especializada.
Mas quando há entraves, como essa falta de cultura, isso acaba atrapalhando muito o crescimento, porque quem compra carro elétrico quer saber como vai fazer para recarregá-lo. Se o motorista não tem garantia disso, por que vai decidir comprar um veículo eletrificado se não há estrutura?
Em outros países na Europa e também Estados Unidos, onde a eletrificação da frota tem andado de forma mais rápida, a presença de carregadores também cresce na mesma proporção, gerando mais segurança para quem está fazendo a troca de um veículo a combustão por um eletrificado.
Então, é preciso conscientização e que se forme uma cultura de oportunidade, além do senso de urgência com a crise climática, para que cada vez mais os carros elétricos possam tomar as ruas do Espírito Santo, contribuindo para um ar mais limpo e um futuro sem emissão de gases tóxicos.
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