Comecei a semana tentando acabar com um hábito matinal antigo. Deveria ter sido na segunda feira, mas foi possível adiar em função de uma cortesia sagaz da concorrência, que fez chegar ao meu jardim um exemplar do seu jornal, recém-saído da impressora. Uma iniciativa repleta de ousadia e senso de oportunidade. Imagino que ela possa ter estimulado leitores mais turrões a se decidir por assinatura com entrega diária das notícias por cima do muro. À moda de antigamente, como se dirá em breve.
O fato é que, tendo passado os olhos na versão moderna, pude manter, por mais um dia, o hábito de tomar café lendo as notícias e me despedir, uma vez mais, das palavras e imagens grafadas no papel. No domingo, a despedida tinha sido silenciosa e meio melancólica, com atenção maior para as matérias relacionadas às decisões e expectativas empresariais, às mudanças nos processos de trabalho e aos impactos na vida de quem fazia a gráfica funcionar e dos que cuidavam de preparar os jornais para a distribuição.
Assim, só li exclusivamente a versão digital deste jornal na manhã de terça-feira. Fiz isso, confesso, não sem antes ter ido ao jardim para conferir se havia mais algum exemplar de cortesia. Na falta dele, lá fui eu começar a aprender a ler A Gazeta na tela, como tinha feito com jornais paulistas, hoje minhas referências digitais.
Lá estavam as notícias de destaque na página de entrada e muitas outras acessáveis com movimentos de rolar a tela ou de clicar no mapa do site. Tive a impressão que a quantidade de matérias e de opiniões aumentou bastante, pela facilidade de deixar disponíveis informações que, mesmo já publicadas, ainda não tenham perdido a atualidade, o que é muito interessante.
De curioso, em meio à grande quantidade e variedade de manchetes, encontrei uma que fala dos catraieiros que atravessavam passageiros na Baía de Vitória. Eles querem indenização pelo fim de suas atividades centenárias, suspensas pelo poder público em 2015, por questões de segurança. Eu mesmo, até hoje, nunca soube de acidentes com catraias.
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