Não consegui finalizar a crônica da quinzena passada. Uma gripe tremenda (que faz o cidadão tremer) complementada por um torcicolo imobilizador não me permitiram encontrar palavras adequadas para falar das boas emoções que senti ao saber que Kamala Harris seria a candidata do Partido Democrata à Presidência dos EUA.
Bem que comecei um texto lembrando que o sorriso dela havia me impressionado quando ela apareceu no palco para tomar posse na vice-presidência, sob o olhar de admiração de Biden e grande entusiasmo do público. Cheguei a mencionar que pouco sabia da sua história de vida e de suas andanças e realizações nesses últimos anos. Mas me dei conta de que guardava na lembrança a imagem de uma mulher que tinha um sorriso cativante.
Falei que fiquei animado com a desistência de Biden e, mais do que tudo, com a rapidez que Kamala demonstrou ao ver que as portas para se lançar na disputa eleitoral estavam abertas. Em poucas horas arranjou dinheiro para a campanha e angariou apoio de correligionários, condições indispensáveis para vencer disputas dentro do partido.
Nesta semana acompanhei a festa, é isso mesmo, de consagração da sua candidatura à Presidência. Quando liguei a TV, ela discursava com cara muito boa, convicta do seu prestígio e segura, agora sob o olhar generoso de um homem careca e muito simpático. Era o seu colega de chapa, que ao falar se mostrou um cidadão com histórico de vida elogiável, seguro de seus valores morais, uma pessoa de bem com a vida. O público foi ao delírio quando ele chamou pra briga a dupla de candidatos republicanos, que tratou de “esquisitos”.
Mais do que todos os presentes naquele ginásio, Kamala olhava para seu companheiro de campanha com grande admiração, certa de que ele será uma peça-chave para ganhar a eleição, sobretudo, por ser proprietário de um sorriso, como o dela, capaz de angariar confiança e gerar entusiasmo.
Agora, ao acompanhar muitas disputas olímpicas pela TV, tenho visto sorrisos vencedores, sobretudo de brasileiras cientes de seus méritos e do poder de influência de sua imagem. São muitas as que disputam em várias modalidades, mas poucas as que já venceram. Emociona ver algumas chorarem ao ganhar medalhas e outras por perdê-las por pouco. Por enquanto, Rebeca, Bia Souza, Rayssa e Tati são as minhas preferidas.
Assisto aos jogos do vôlei e sei que, para além das habilidades, da potência e da pontaria de cada jogadora, a coesão do grupo é indispensável nesse esporte. Gosto de ver a garra com que as nossas meninas disputam cada ponto, a alegria coletiva quando comemoram as vitórias e a solidariedade quando alguém erra e todas perdem. Elas vão tentar a medalha de bronze.
Passadas as disputas olímpicas, entram em campo os sorrisos poderosos de uma chapa de candidatos democratas, com boas chances de produzir uma reviravolta espetacular nos resultados de uma eleição presidencial relevantíssima. Até poucos dias, tudo indicava a vitória de um homem prepotente, de sorriso profissional, um topetudo no melhor estilo cafajeste.
Torço para que fique comprovado o poder contagiante dos sorrisos francos!
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