Pensa comigo: quantas vezes você ou alguém muito próximo julgou uma mulher pelo que ela vestia ou pelas atitudes que teve? Quantas vezes achou que a culpa de um flerte ou de uma traição eram da mulher? Quantas vezes você já ouviu ou repetiu que nosso interesse é competir com outras mulheres, que nos vestimos para impressionar “concorrentes”? Quantas vezes essa rivalidade foi, de fato, defendida como natural?
A frequência com que reproduzimos comportamentos machistas, às vezes até sem perceber, é enorme. Desconstruí-los é essencial para a evolução da sociedade, num caminho que passa pelo ambiente familiar, pela escola, pelo mercado de trabalho, pelos meios de comunicação e pela prática cotidiana de cada um de nós.
Os números não estão para brincadeira. O Brasil ostenta a quinta maior taxa de feminicídio do mundo, crime no qual o agressor geralmente tem ou teve algum envolvimento com a vítima. O índice de estupros bateu os 66 mil em 2018, mais de 180 registros por dia, segundo o Anuário de Segurança Pública. Enquanto as mulheres formam 51,7% da população brasileira, nas camadas de decisão das empresas elas ocupam apenas 13,6% dos cargos executivos.
Os registros são diretamente alimentados por comportamentos machistas, inclusive os que reproduzimos sem perceber, e reafirmam a importância de levarmos, a todas as esferas possíveis, a bandeira de que defender os direitos da mulher não é mimimi.
Graças ao feminismo, hoje podemos votar, trabalhar, frequentar a universidade, terminar um casamento infeliz, denunciar parceiros violentos. Graças a ele, mais mulheres ocupam cargos de liderança nas organizações e, ao que tudo indica, muitas mais chegarão lá, com salários justos e respeito dos colaboradores.
Graças ao feminismo, podemos defender que as mulheres tenham liberdade sobre o próprio corpo, que possam realizar suas escolhas livres do massacre dos padrões tidos como certos, que decidam por si o que fazer com os próprios pelos, o voto ou um relacionamento que não desejam manter.
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Convenhamos: ninguém merece morrer por isso.
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