O Plano Real completa 25 anos neste mês. Foi a melhor obra da engenharia econômica brasileira no século passado. Mudou o padrão de vida da sociedade, e permanece influindo no dia a dia de todas as pessoas. Os benefícios seriam maiores não fossem políticas governamentais desastrosas, como a nova matriz econômica, e o desleixo fiscal que passou a produzir déficits no governo central a partir de 2014.
A vida econômica “não está fácil para ninguém”. Ouve-se isso frequentemente. É exagero. Para os ricos que não são alvos da Lava Jato, deve estar muito fácil – como sempre foi. Mas a queixa é procedente.É voz do povo.
Além de a economia estar estagnada, o PIB per capita (Produto Interno Bruto dividido pela quantidade de habitantes) hoje gira em torno de US$ 8,9 mil, nível mais baixo desde 2011, quando atingiu o pico US$ 13,3 mil. Naquele ano, Dilma assumiu as rédeas e a carruagem começou a andar para trás. Hoje, anda de lado (pra direita).
Apesar de tudo, é indiscutível que sem a estabilização da moeda, o Brasil hoje estaria muito pior. A concentração da renda seria muito mais grave. A miséria, mais contundente. O Plano Real evitou um cenário econômico dantesco - obviamente não tanto quanto o da Venezuela, com inflação oficial de 130.060% em 2018 (sim, 130 mil por cento, segundo o Banco Central venezuelano) e recuo de 48% no PIB. Aqui, a criação do genial instrumento de política monetária, a Unidade Real de Valor (URV), permitiu à moeda transitar, sem traumas (sem provocar onda de quebradeira), da hiperinflação para a estabilidade de valor.
Também merecem ser lembrados como frutos preciosos do Plano Real, a reforma do Estado, em 1995 (visando a modernizar a administração e aumentar a competitividade da economia) e a Lei de Responsabilidade Fiscal. Sem isso, as contas públicas teriam mergulhado no caos.
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A Região Metropolitana da Grande Vitória fechou 2018 com inflação anual de 4,19%, acima da média nacional, de 3,7%, mas em 2019 começa a decair nesta virada de semestre. Já as projeções do Banco Central para IPCA, indicam 3,6% para este ano e 3,7% para 2020, permitindo empresas e pessoas físicas se planejarem. Esse cenário permite entender que a inflação baixa (que reduziu juros) foi condição essencial para o país sair da recessão (de 2014 a 2016), pela porta do consumo.
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