Neste ano em que Germano Mathias comemora 70 anos de carreira, vamos pensar no que esse grande compositor e cantor paulistano trouxe para o samba brasileiro, gênero com o qual ele imortaliza a sua autoridade. Para início de conversa, ao completar 87 anos de vida, ele se concedeu a missão de criar músicas que, em total sintonia com as gentes paulistanas, as representam condignamente. Suas composições deram-lhes a alma que bem diz o que é o povo dessa terra, tão vasta, tão querida.
Ao ouvir "#PartiuZéPelintra – Tributo a Germano Mathias" (independente), álbum recém-lançado, ocorreu-me uma platitude: Adoniran Barbosa, Geraldo Filme e Germano Mathias são a trinca de ouros do samba na Terra da Garoa.
Quem nunca os ouviu, não faz ideia do que está perdendo. Se juntos são geniais, a decisão de ora celebrar um deles expressa a generosa virtude de um povo que ama seus criadores, tendo-os como orgulho da raça.
Adoniran e Geraldo Filme já têm olhares respeitáveis voltados para suas obras. Sendo assim, hoje é dia de festejar o cantor, compositor e percussionista Germano Mathias.
Com direção musical de Swami Jr. e direção artística de Manu Lafer, coube a este convidar quem cantaria uma música do vasto repertório do Catedrático do Samba (assim Germano Mathias se enxerga). Pródiga e emocionante louvação ao grande compositor Zé Pelintra (Germano incorpora esta entidade de umbanda).
Observem só quem aderiu à festa: Gilberto Gil, Zélia Duncan, Anastácia, Zeca Baleiro, Fafá de Belém, Leila Pinheiro, Mateus Aleluia, Fabiana Cozza, Bem Gil, Neymar Dias, Luiz Carlini, Irena Atienza, Ná Ozzetti, Luiz Tatit, Maucha Adnet, Mariana Bernardes, Carlinhos Vergueiro, Toninho Ferragutti, Graça Braga, Chico Médico e Verônica Ferriani.
Fafá de Belém cantou “Bacharel de Gafieira” (Conde). O bom humor é um trunfo de Germano Mathias. Seu repertório veio com ele. Gilberto Gil selecionou “Amigo do Garfo” (Mano Lafer). O suingue é a praia de Gil. Cantando com Bem Gil, eles arrasam.
Fabiana Cozza foi de “Metamorfose” (Germano Mathias). Samba lento, melodia linda e delicada. Ná Ozzetti e Luiz Tatit cantam “Não Tenho Sorte” (Tóbis). A intro com clarinete puxa o samba, e as vozes engrandecem ao som do clarinete.
Estas são só algumas amostras do acervo de Zé Pelintra, que além de cantados emocionadamente por tais craques, foram tocados por grandes instrumentistas: Milton Mori (cavaquinho e bandolim), Marcelo Barro e Douglas Alonso (bateria e percussão), Rodrigo Aranha (violão de sete), Swami Jr. (violão e baixo), Luiz Carlini (guitarra), Neymar Dias (viola), Luizinho Sete Cordas, Ubaldo Versolato (flauta), Mariana Bernardes (cavaquinho), Alexandre Ribeiro (clarone e clarinete) e Allan Abbadia (trombone).
Pródiga a terra onde brilharam Adoniran Barbosa e Geraldo Filme e hoje fulgura Germano Mathias.
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