* Douglas Vaz
Nas últimas décadas, o Brasil tem investido menos do que 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no setor de infraestrutura, quando seriam necessários, no mínimo, de 4% a 5% do volume do PIB. Sabemos que a base do desenvolvimento econômico e social de um país está relacionada com a capacidade de atrair, direcionar e gerar investimentos em infraestrutura. É histórico que o país investe pouco em infraestrutura.
Essa ausência de investimentos diminui a competitividade e aumenta o custo Brasil - expressão usada para se referir a um conjunto de dificuldades estruturais, burocráticas, trabalhistas e econômicas que atrapalham o crescimento do País, influenciam negativamente o ambiente de negócios, encarecem os preços dos produtos nacionais e custos de logística, comprometem investimentos e contribuem para uma excessiva carga tributária.
Sabemos que o maior benefício de projetos de infraestrutura é o aumento de produtividade e o consequente aumento da competitividade da indústria e dos serviços brasileiros.
E o Brasil precisa dobrar o nível de investimentos em infraestrutura para alcançar um patamar adequado e dar um salto na competitividade internacional da economia brasileira.
Estudo do Infra 2038, movimento voltado para o desenvolvimento do setor de infraestrutura e que reúne consultorias e líderes empresariais, estima em R$ 339 bilhões o valor de investimento anual a ser perseguido até 2038 para elevar a qualidade e disponibilidade doméstica, e colocar a infraestrutura do Brasil entre as 20 melhores do mundo no ranking de competitividade global do Fórum Econômico Mundial.
Para acelerar os investimentos precisamos de segurança jurídica, marco regulatório e condições seguras para que a iniciativa privada realize investimentos no País. Reforçando que logística de transporte é o meio para economizar e crescer e que mobilidade urbana está atrelada à inovação e à integração de todos os modais.
Uma das alternativas para reduzir esses gargalos na infraestrutura são as Parcerias Público-Privadas (PPPs). Esse modelo de concessão não é uma fórmula mágica que resolverá todos os problemas da sociedade, mas oferece oportunidades importantes, como a possibilidade de captação de recursos privados para obras que dificilmente o poder público teria como custear, principalmente num contexto de crise fiscal, podendo também quebrar um ciclo muito negativo vivido pelas empresas, principalmente as de construção civil voltadas para o serviço público.
Hoje, 85% da população brasileira vive em áreas urbanas. As cidades e as áreas metropolitanas são motores da economia nacional e palco dos mais graves problemas sociais do país, incluindo a desigualdade no acesso a oportunidades de emprego, tratamento médico e lazer. O investimento em infraestrutura urbana é, assim, uma grande oportunidade para desenvolver a economia local e garantir a melhoria efetiva na qualidade de vida da população.
Reforçando que a infraestrutura é um dos setores que mais cria emprego por real investido. E quando falamos em infraestrutura vem à mente obras de portos, metrô, aeroporto, mas a infraestrutura começa desde uma pequena rede de abastecimento de água, passando por iluminação pública, estradas, até chegar às grandes obras.
Infraestrutura é fundamental. É a base que assegura o funcionamento de uma pequena loja até uma grande indústria.
Ou seja, não se pode continuar negligenciando a infraestrutura, pois ela é garantia de desenvolvimento, de emprego, de melhor qualidade de vida para todos.
* Douglas Vaz é presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-ES)
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