*Heliomar Venancio
O dia 15 de dezembro é comemorado o dia do arquiteto, data de nascimento do gênio Oscar Niemeyer, e esta arte está relacionada à felicidade e ao encantamento dos seres humanos.
Estudos indicam que gastamos mais de 87% de nossas vidas dentro de ambientes construídos, seja em nossas moradias, seja nos locais de trabalho e serviços, seja até mesmo no lazer. E a forma como estes espaços são projetados e construídos sem dúvida afeta nosso comportamento e influencia nossas vidas.
Em alguns locais a proporção dos espaços, as cores e texturas aplicadas junto ao bioclima, que, às vezes, é associado ao paisagismo, podem tornar o ambiente aconchegante e trazer a felicidade em ver e se sentir acolhido neste local. Mas a ausência ou até mesmo exagero nos itens citados podem nos dar um mal estar em determinadas edificações. Quem não já esteve em um local e não se sentiu bem sem um motivo aparente?
Grande parte do processo de Arquitetura envolve emoção e criatividade. Mas ambas são aliadas da racionalidade, cujo maior objetivo no seu design e funcionalidade, é atender aos anseios de funcionalidade dos espaços projetados, encantar e trazer felicidade às pessoas.
O estudioso e filósofo Alain de Botton explorou de forma profunda em seu livro “A Arquitetura da Felicidade” a relação do ser humano com o seu habitat, mostrando como o ambiente interfere no comportamento e no sentimento de seus usuários.
Nosso lar é como uma segunda pele, o abrigo psicológico onde o moldamos à nossa maneira e que fala sobre a nossa personalidade, onde alguns aspectos são importantes para desenvolver um ambiente com bem-estar, como iluminação e ventilação natural o máximo possível, proporções e espaços no tamanho adequado. Cores que representam a personalidade dos usuários, materiais linkados com a terra, como pedras e madeira, remetem à nossa natureza. Móveis, de preferência algumas peças de família, remetem às nossas raízes e memórias.
A criatividade e o olhar holístico de arquitetas e arquitetos focam seus pensamentos na sua principal matéria prima que é o espaço a ser trabalhado, criando emoções e transformando vidas, marcando histórias e exaltando a Arquitetura como a arte da felicidade.
* Heliomar Venancio é mestre em Arquitetura e Cidades e presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Espírito Santo (CAU/ES)
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