*Heliomar Venâncio
A arquitetura é uma atividade milenar. Desde os tempos das antigas civilizações, as construções mais arrojadas e bonitas eram referência nas cidades, causavam admiração e, às vezes, eram usadas como maneira de imortalizar reis e rainhas.
Os séculos se passaram e, em nossos tempos, a beleza da arquitetura, associada a uma boa localização, tem o poder de transformar um espaço, rua ou um bairro inteiro em um local valorizado. Seja para residências, seja para o comércio.
O mercado imobiliário com o seu dinamismo está sempre à procura de oportunidades dentro do tecido urbano. Locais onde algum novo investimento público ou privado possa despertar a mola da valorização financeira. Seja por meio de infraestrutura implantada pelo Estado, como uma estação no metrô ou uma praça, por exemplo, seja pela iniciativa privada com um shopping ou supermercado.
Recentemente, Vitória foi classificada como a capital em que as residências tiveram a maior valorização imobiliária do país com 22,45%, contra 5,71% da média nacional (índice FipeZap). Alguns motivos contribuíram para este resultado, como a conhecida qualidade de vida da capital e também a pouca oferta de novos imóveis, em relação à Grande Vitória.
Entretanto, com a pandemia, houve uma maior valorização devido à busca por novas moradias e repaginação das antigas, fazendo crescer a procura por arquitetos e arquitetas para a realização do sonho da moradia bela e acolhedora, trazendo um novo estilo de vida à população.
A valorização imobiliária também pode ocorrer em pequena escala, quando um arquiteto faz o trabalho de Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social (Athis) em uma comunidade. Tipo de serviço que está crescendo muito no Espírito Santo e Brasil afora.
A casa que teve a intervenção do arquiteto recebe uma natural valorização no local, que incentiva os vizinhos próximos a também reformarem suas moradias. Torcemos muito para o crescimento deste mercado.
Os novos lançamentos imobiliários buscam locais com boa infraestrutura e mobilidade urbana, pois o tempo é uma das moedas mais importantes de nossa época. Mas claro que inovar com uma bela arquitetura, paisagismo e sustentabilidade sempre encantam o público, cada vez mais exigente e carente por novidades para habitar ou trabalhar naquele imóvel especial e que até seja “instagramável” para impressionar os amigos, mas sem abrir mão de um justo custo x benefício e, principalmente, uma boa qualidade de vida.
*Heliomar Venâncio é presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Espírito Santo (CAU/ES)
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