Análises semanais do setor da construção civil, engenharia, arquitetura e decoração, com especialistas do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-ES), Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU-ES), e Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-ES).

Carnaval: celebração que impulsiona a economia da arquitetura e construção

Profissionais da arquitetura têm a responsabilidade de conceber layouts que incluam rotas de fuga eficientes, garantir a segurança das estruturas pré-fabricadas e executar cenografias com materiais seguros e não inflamáveis

Vitória
Publicado em 01/02/2024 às 01h58
MUG desfila no Sambão do Povo no Carnaval de Vitória 2023
O Carnaval não é apenas uma celebração; é um investimento na cultura e na economia local . Crédito: Rodrigo Gavini

*Priscila Ceolin

Embora o Carnaval não tenha nascido em solo brasileiro, sua adoção fervorosa fez com que o país se destacasse internacionalmente pela beleza e complexidade das produções carnavalescas. A arquitetura efêmera, responsável por cenografias e estruturas temporárias, destaca-se no período.

As cidades se transformam em palcos grandiosos, ocupando espaços públicos de maneira democrática. Essa ocupação exige uma cuidadosa organização por parte dos setores de urbanismo das prefeituras, mas os benefícios, inclusive financeiros, são notáveis. O Carnaval não é apenas uma celebração; é um investimento na cultura e na economia local.

A arquitetura efêmera, caracterizada pela transitoriedade e pela expressividade única, desempenha um papel vital. Projetos elaborados e seguros são essenciais, e o governo brasileiro, reconhecendo essa importância, delegou ao Inmetro a responsabilidade de verificar e autorizar as estruturas das escolas de samba. Além disso, a obtenção de alvará do corpo de bombeiros, com o respaldo técnico de arquitetos e engenheiros, é uma etapa crucial também para eventos e festivais privados.

Profissionais da arquitetura têm a responsabilidade de conceber layouts que incluam rotas de fuga eficientes, garantir a segurança das estruturas pré-fabricadas e executar cenografias com materiais seguros e não inflamáveis. O Carnaval é uma manifestação de arte e cada estrutura temporária é uma obra arquitetônica, que não apenas encanta o público, mas também atende a rigorosos padrões de segurança.

Como atividade cultural e econômica de relevância, o Carnaval merece o respaldo total dos municípios. Esse apoio é crucial não apenas para preservar a tradição, mas também para catalisar seu progresso econômico. Além disso, é imperativo que esse suporte inclua a implementação de tecnologias no setor, promovendo não apenas inovação, mas também uma maior sustentabilidade. A reutilização de materiais e a incorporação de novas tecnologias são elementos que podem aprimorar significativamente a produção carnavalesca, conferindo-lhe maior eficiência e respeito pelo meio ambiente.

Este é um evento que vai muito além da superfície festiva. É uma celebração que molda a identidade brasileira e, ao mesmo tempo, impulsiona a economia e destaca a arquitetura efêmera. Profissionais da construção desempenham um papel essencial, criando estruturas que não apenas encantam, mas que também representam a excelência na segurança e na expressão artística. Para as cidades, abraçar o Carnaval é investir no seu patrimônio cultural e no crescimento econômico local.

* Priscila Ceolin é arquiteta e urbanista, pós-graduada em Direito Urbanístico e Ambiental e presidente do CAU/ES

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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