*Joacyr Meriguetti
Diante da necessidade de reduzir o déficit habitacional de quase 7 milhões de moradias no Brasil, a industrialização do setor da construção é apontada como ferramenta para contribuir para o fim deste gargalo no país. O tema foi destaque durante encontro entre a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a Caixa Econômica Federal e a Secretaria Nacional de Habitação (SNH), realizado em Brasília, recentemente.
A partir da retomada do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), a quantidade de unidades previstas para minimizar a realidade de moradias no país nos próximos 20 anos, cerca de um milhão de habitações por ano, acendeu o alerta para a necessidade de uma maior escala de produção. O crescimento em unidades é um processo intenso que precisa evoluir, e a industrialização pode conduzir isso.
Outro fator que merece atenção é que a mão de obra na construção civil tem diminuído, não sendo uma área atrativa para jovens que estão ingressando no mercado de trabalho. Por isso, a área carece de investimentos também na profissionalização.
A habitação é a porta de entrada de todos os outros direitos do cidadão e o setor está atento à necessidade de industrialização dos processos, não apenas para a modernização dos procedimentos, mas para garantir um melhor ambiente de trabalho aos profissionais. Nosso objetivo é criar um ambiente mais atrativo e mais acolhedor à mão de obra.
A retomada do MCMV trouxe desafios importantes como o equilíbrio entre o acesso da população de baixa renda, em paralelo ao acesso da classe média ao programa. É preciso olhar para o déficit e formatar produtos direcionados para condições de renda para cada público, e podemos alcançar isso com informação, tecnologia e parceria.
Uma medida importante e que vem contribuir para que isso aconteça é a Resolução nº 1/2023, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, que aprova a criação de grupos de trabalho (GTs) temporários para cada uma das missões, a fim de discutir seus respectivos títulos, objetivos específicos, metas e ações, que são: infraestrutura sustentável para a integração produtiva; transformação digital da indústria; descarbonização da indústria, viabilização da transição energética e bioeconomia; e moradia e mobilidade sustentáveis para o bem-estar nas grandes cidades.
Estamos certos de que precisamos seguir esse caminho para podermos exercer a nossa missão de construir com excelência, gerando emprego, renda e qualidade de vida. E queremos fazer isso de forma contínua, produtiva e competitiva.
*Joacyr Meriguetti é diretor do Sinduscon-ES
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