*Eduardo Borges
Ao concluir a décima edição anual da Pesquisa de Previsão de Lançamentos Imobiliários, o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado (Sinduscon-ES) constatou que 90% das empresas pretendem lançar mais imóveis neste ano do que em 2022, o maior valor histórico empatado com o ano de 2019.
A pesquisa, realizada no primeiro trimestre deste ano, ouviu empresários e executivos das 20 incorporadoras com maior quantidade de imóveis em produção na Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV), responsáveis por aproximadamente 80% do total de imóveis em fase de produção.
Os resultados apurados revelam que, pelo sexto ano consecutivo, ou seja, desde 2018, a maioria das empresas informou que pretende lançar mais imóveis do que no ano anterior, o que se pode interpretar como um otimismo crescente neste período.
O aumento da previsão de lançamentos residenciais, em comparação a 2022, ocorre principalmente nos municípios de Vitória (máxima histórica, com 1.860 unidades) e Serra (com 1.544 unidades), ambas com um aumento de quase 30% em relação à previsão de 2022, embora a quantidade absoluta continue sendo liderada por Vila Velha (com 2.269 unidades), apesar da queda de quase 20% em relação à previsão do ano anterior. Não há previsão de lançamentos para Cariacica, Viana e Fundão.
Em quantidade de unidades na RMGV, a previsão de lançamentos residenciais para 2023 atinge a máxima histórica para os imóveis residenciais de médio e alto padrão (com 4.785 unidades) e a mínima histórica para os imóveis residenciais econômicos do programa Minha Casa Minha Vida (com 956 unidades), confirmando a aposta do setor nos segmentos de renda média e alta e, possivelmente, a dificuldade de viabilizar empreendimentos no Minha Casa Minha Vida em virtude da alta do custo de construção.
A pesquisa também averiguou junto às empresas quais são os maiores entraves para aumento de lançamentos imobiliários, dentre 20 alternativas. Em Vitória, novamente em primeiro lugar - há várias edições -, foi apontada a escassez de terrenos. Em segundo lugar, considera-se que o Plano Diretor Urbano (PDU) é muito restritivo, além de um cenário de instabilidade política e econômica nacional. Em terceiro lugar, a justificativa é de ordem da carga tributária: altos custos com os cartórios de registros de imóveis. Em quarto lugar, a causa mencionada é a dificuldade de licenciamento municipal.
Já no município de Vila Velha, os maiores entraves foram, novamente em primeiro lugar, a burocracia para licenciamento na prefeitura, que agora vem empatada com a burocracia dos cartórios de registros de imóveis. Em segundo lugar, cenário de instabilidade econômica e política nacional, empatado com insegurança jurídica em projetos que demandam Estudos de Impacto de Vizinhança. Em terceiro lugar, novamente, empataram a carga tributária relacionada à prefeitura e aos cartórios de registro de imóveis.
*Eduardo Borges é empresário e diretor do Sinduscon-ES
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