Análises semanais do setor da construção civil, engenharia, arquitetura e decoração, com especialistas do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-ES), Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo (CAU-ES), e Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-ES).

Qual a importância do ESG dentro da construção civil?

Atendendo a essa pauta, a empresa poderá suprir as expectativas do mercado e de seus investidores, respeitando o meio ambiente e a sociedade.

Vitória
Publicado em 05/01/2023 às 01h59
ESG na construção civil: por que é importante?
ESG: pauta prioriza respeito às políticas ambientais de consumo consciente de recursos naturais como água energia. Crédito: Shutterstock

* Giuliano Battisti

Muito tem se falado em ESG, que é a sigla, em inglês, para environmental, social and governance, ou seja, meio ambiente, sociedade e governança. Na verdade, o conceito de ESG tem como fundamento o próprio conceito da sustentabilidade, que passa pelo cuidado dos aspectos ambientais, sociais e econômicos.

Contudo, esse viés precisa estar voltado para a responsabilidade da governança no cumprimento das diversas exigências legais, sem se esquecer da necessidade de desenvolver a missão da corporação, considerando os impactos de suas ações na realidade social e ambiental.

Assim como um Sistema de Gestão de Qualidade ou Planejamento Estratégico de uma empresa não pode alcançar o sucesso esperado sem que a alta direção da esteja comprometida com os resultados, um sistema de ESG precisa que os gestores, colaboradores e fornecedores estejam alinhados e permeados pela cultura do compromisso e da responsabilidade pelos resultados almejados.

A adoção de práticas de ESG está se tornando bastante comum nas empresas. Muitas já perceberam, por um ou outro motivo, que, ao assumirem e cumprirem compromissos dessa pauta, muitas vantagens e contrapartidas do mercado passam a ser disponibilizadas, pois, além de agradar aos clientes que buscam este diferencial, existe uma tendência mundial de incentivos tributários para as empresas que adotam essas práticas sustentáveis.

Quando falamos da indústria da construção civil, hoje em dia, mais do que erguer uma edificação e garantir que ela seja funcional, é preciso, já durante as primeiras etapas do projeto, pensar no respeito às políticas ambientais de consumo consciente dos recursos naturais como a água e energia; reduzir as emissões de carbono; garantir conforto e saúde aos ocupantes e, claro, respeitar a realidade socioeconômica da região.

Além disso, na própria construção da edificação, deve-se priorizar a diminuição do desperdício de materiais e insumos. Outros pontos de atenção são o cuidado com os funcionários, o impacto para a vizinhança e as boas práticas nas tratativas com todos os envolvidos, partes interessadas e órgãos públicos, contemplando, também, os critérios de compliance e transparência.

Para uma boa implantação de ESG, a governança precisa se atentar ao fato de ser recomendado que se adotem indicadores que possam ser medidos e comparados, para que sejam realizadas análises de desempenho e da maturidade da internalização da cultura e prática de ESG na empresa.

Contudo, sabemos que, com todas as preocupações para o desenvolvimento e cumprimento da visão, missão e valores da organização, muitas vezes seus diretores e gestores não conseguem se dedicar tanto quanto necessário ao tema.

Surge aí a necessidade de as empresas possuírem um departamento específico para esse acompanhamento, inclusive podendo buscar certificações que tangibilizem e definam os critérios e ações que precisam ser adotados.

Esses parâmetros devem ser determinados em prazo estipulado e estar inseridos no Planejamento Estratégico da Empresa, definido pela governança. Atendendo a esses critérios e ações, a empresa poderá suprir as expectativas do mercado e de seus investidores, respeitando o meio ambiente e a sociedade.

Giuliano Battisti Gerente de Relacionamento Institucional do Crea-ES
Giuliano Battisti:  "Na construção da edificação, deve-se priorizar a diminuição do desperdício de materiais e insumos". Crédito: Divulgação

* Giuliano Battisti é engenheiro civil, ambiental e de segurança do trabalho, gerente de Relacionamento Institucional e Administrativo do Crea-ES

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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