As aulas estão voltando, mas a pandemia ainda não acabou. Recebemos essa semana, com muita esperança, as primeiras doses das vacinas, mas infelizmente os professores não serão imunizados nos próximos meses.
Por isso, é importante que a família oriente as crianças quanto a manutenção dos protocolos de segurança estabelecidos pelas escolas. Eu também sou mãe e todos os anos tenho o cuidado de ler junto ao meu filho a carta de direitos e deveres de um aluno na escola. Pode parecer bobagem para muitos, mas para mim a escola é nossa primeira passagem ao social. Portanto, as crianças devem estar advertidas que há consequências quando uma atitude não estiver de acordo com o pactuado nas diretrizes da escola.
É responsabilidade da família instruir a criança no que pode ou não ser feito no ambiente coletivo. Pode parecer repetitivo, mas - pasmem! - muitas pessoas ainda não sabem ou não querem saber que precisamos manter os cuidados de higiene: lavar as mãos sempre que possível, na ausência de água usar álcool em gel 70%, evitar coçar o nariz, os olhos e colocar a mão na boca. Espirrar nos cotovelos e não nas mãos, como há muitos anos, antes mesmo da pandemia, nos ensinou a Dora Aventureira. Usar máscaras, manter um distanciamento entre um colega e outro. Evitar beijar e abraçar outra pessoa, principalmente que não seja da família.
Essa semana uma cena me deixou perplexa. Fui buscar meu filho na colônia de férias. Ficamos do lado de fora, distanciados esperando as crianças, em pequenos grupos, saírem. Com frequência observei que algumas mães permaneciam sem máscara. O mais interessante era que seus filhos ao saírem do espaço coletivo, imediatamente retiravam suas máscaras.
Não sei quanto a você, mas um misto de emoções emergiram. O que será que passava na cabeça daquela mãe, que é uma pessoa instruída, alguém com certo prestígio em nossa sociedade, que vê todas as demais usando máscara e se dá o direito de quebrar o pacto coletivo? Bem, é claro que nesses momentos o melhor a ser feito é se afastar. Mas é, no mínimo, de extrema deselegância essa atitude – para não utilizar outros tantos adjetivos. Aliás, a nossa querida colunista Luciana Almeida certamente nos apoiará nessa opinião. Me pergunto o que faz uma pessoa esclarecida não compartilhar das orientações repetidas insistentemente pelas esferas de saúde de nosso país? Aceito as considerações de você, leitor, pois de fato não entendo.
O que quero dizer é que a criança é o que recebe dos seus pais. E na escola devemos nos comportar cuidando uns dos outros. Quando a criança aprende isso em casa, o trabalho da escola é só reforçar que todos seguimos às mesmas regras. E essas regras não existem por um capricho institucional, mas sim para o bem-estar de todos.
Bem, voltemos às crianças que devem estar ávidas por encontrar os amigos, por aprender, por usufruir dos espaços físicos da escola. O ano passado foi extremamente desafiador para todos, as crianças não passaram ilesas, e ouso dizer que foram as mais tolhidas da expansão física e emocional, o que é tão importante na infância.
A volta às aulas é um respiro para as famílias e para os pequenos. Mas devemos todos, absolutamente todos nós, garantirmos que a comunidade escolar mantenha também a capacidade de respirar, livres da infecção do Corona Vírus.
Todos nós devemos nos manter parceiros da escola nesse momento. E as crianças cientes de suas responsabilidades consigo mesmas e com os demais.
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