Neste domingo (15), vamos para as urnas escolher nossos prefeitos, prefeitas, vereadoras e vereadores. Essas pessoas serão as responsáveis pelo nosso bem-estar nos próximos quatro anos, os anos em que estaremos na luta para controlar a pandemia.
Previsões otimistas, nas quais me incluo, mostram a chegada de pelo menos duas vacinas aprovadas, e com possibilidade de serem administradas na população, em 2021. Previsões pessimistas, por sua vez, estimam que podemos ficar em ondas dessa pandemia até 2024. Portanto, nesta eleição há muita coisa em jogo e, principalmente, muitas vidas.
As eleições americanas na pandemia nos ensinaram que foram votar, presencialmente, as pessoas que se sentiam mais representadas por um projeto negacionista da ciência e da pandemia. Por correio e antecipadamente, votaram mais as pessoas que se alinhavam com um projeto que defendia a ciência e o combate mais efetivo da pandemia, reconhecendo-a com um grande problema. Portanto, há muito em risco nesse momento, tendo em vista que só temos uma opção.
Eleger pessoas que se comprometem com a vida, com a ciência e com a melhoria da economia, com oportunidades de empregos dignos em tempos pandêmicos e pós-pandêmicos me parece ser um guia para nossas escolhas.
Muitas pessoas, no entanto, estão apreensivas diante da possibilidade de sair de casa e ir aos locais de votação. Compreendo e compartilho do sentimento. Eu gostaria que as eleições tivessem sido postergadas ou que tivéssemos outras opções para votar, mas não é o caso. Temos apenas uma opção: sair e escolher qual projeto queremos para o futuro.
Pode parecer uma decisão difícil e vou contar uma história para ilustrar a importância desse momento. No início da pandemia, foi criada na rede social Twitter uma conta denominada: “A Ethel deixou a gente sair hoje?”. Nesse perfil, os criadores informam que esse é um “Twitter pra avisar aos capixabas se a diva reitora eleita da Ufes e epidemiologista Ethel Maciel deixou a gente sair pra rua”.
No início, alertada por amigos, fiquei um pouco apreensiva com o perfil, tendo alguns amigos me aconselhado a denunciá-lo. Comecei a seguir a conta e como desde o início o perfil postava informações importantes, não vi problema na brincadeira e em determinado momento, vi que o perfil atingia um público jovem, que em geral, em nossas comunicações científicas, não atingimos.
A resposta consistente durante toda a pandemia foi "não, Ethel não deixou”. Um fenômeno curioso começou a acontecer, pois muitas pessoas começaram a me perguntar se eu deixava sair, em geral, ir para festas, reuniões familiares e encontros com amigos. Minha resposta sempre também foi não. Acho que o perfil criado para informar aos capixabas e o meu próprio perfil são bem restritivos nesse quesito.
Conto essa história para dizer que, neste momento, seu voto importa. Seu voto é a única forma de mudarmos e melhorarmos a vida para as futuras gerações. Por isso, escrevo hoje para convidar você a sair amanhã, nesse encontro marcado com a democracia. Para depositar na urna a esperança de que essa pandemia e a morte de milhares de pessoas não tenha sido em vão.
Ao sair, leve o melhor de você. Leve o respeito travestido em máscara e distanciamento físico. Leve o combate ao vírus com sua caneta e seu álcool gel. Se for trabalhar, leve mais de uma máscara, preferencialmente troque sua máscara a cada 3 horas. Respeite o distanciamento físico e se certifique que todas as janelas estejam abertas. Após a votação, use álcool gel ou lave as mãos. Vá imediatamente para casa e evite aglomerações.
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É preciso votar e é preciso proteger vidas. Nesse domingo, ambos estão ainda mais relacionados.
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