Durante essa pandemia da Covid-19, minhas redes sociais têm sido um termômetro do que está acontecendo. Quando recebo muitas dúvidas, há muitos casos de Covid ou há alguma mudança no cronograma de vacinação e nas outras estratégias de controle.
Com a evolução do vírus, as vacinas que foram criadas com a versão original do vírus de Wuhan tiveram um impacto na proteção da efetividade para as infecções leves, mas mantiveram para gravidade dos casos e redução de internação e óbitos. No entanto, é importante lembrar que temos diferentes doses, dependendo da faixa etária e do pertencimento a grupos prioritários. O Espírito Santo também saiu na frente e já incluiu uma série de grupos que ainda estão em análise pelo Ministério da Saúde.
A razão principal desse adiantamento é o aumento da circulação das subvariantes da Ômicron ( BA.4 e Ba.5) que causaram uma nova onda no Brasil e foram responsáveis pelo aumento tanto no numero de casos como de internações. Com a chegada do inverno e o padrão de maior circulação de vírus respiratório, é esperado que, como observado em 2020 e 2021, haja um aumento também dos casos de Covid-19.
Assim, para minimizar as dúvidas, se você está no Espírito Santo é importante observar o seu cartão de vacina e conferir se você está com as doses corretas para sua faixa etária e grupo. Se for uma criança entre 5-11 anos, deve ter neste momento duas doses de vacina. Se for um jovem de 12 a 29 anos, você deve ter três doses de vacina, mas se estiver em grupos prioritários e tiver entre 18 a 59 anos você deve ter 4 doses (dois reforços) mesmo se tiver tomado a vacina da Janssen. O mesmo vale para o grupo de 30 em diante, que também deve ter quatro doses, inclusive se recebeu a Janssen.
Para os outros grupos seguem quatro doses para acima de 30 e três para quem tomou Janssen. Uma explicação completa incluindo esquemas homólogos ou heterólogos (vacinas iguais ou diferentes, respectivamente) estão incluídas na portaria 19 de 2022 da Sesa. Um lembrete que precisa de atenção é o grupo de gestantes e puérperas que seguem com apenas duas vacinas aprovadas: a Coronavac e a Pfizer.
Outra dúvida que tenho recebido é sobre a necessidade de aguardar 30 dias dos primeiros sintomas da Covid para se vacinar. Já aprendemos com os estudos científicos que não há necessidade. É preciso esperar o fim do isolamento e pelo menos 24h sem sintomas, assim a pessoa já estará apta para ser vacinada. No Espírito Santo, contudo, a Sesa está mantendo o protocolo de 30 dias.
Já sabemos, pelos estudos publicados ate o momento, que os esquemas que incluem vacinas com tecnologias diferentes - vetor viral (Astrazeneca ou Janssen), plataforma de RNA ( Pfizer) ou vírus inativado (Coronavac) - apresentam melhor proteção que apenas o esquema homólogo (de vacina de mesma tecnologia).
Quem neste momento está mais desprotegido? Nossas crianças menores de 5 anos que ainda não se vacinaram e que ocupam leitos hospitalares em todo o Brasil e pessoas que estão com seus esquemas incompletos. A quarta onda no Brasil, quinta no ES, já está em curva ascendente de casos e precisamos nos cuidar.
Ainda que os vacinados tenham uma proteção efetiva contra a gravidade da doença, não podemos esquecer que a infecção pode gerar a Covid longa, ou sequelas da doença. Portanto, é fundamental que as medidas sejam combinadas: vacinação correta para faixa etária e grupo juntamente com o uso de máscara em locais fechados.
Ainda que muitos não queiram ouvir, ou se neguem a entender, o vírus não se importa com nosso cansaço e segue evoluindo. É vital fazer nossa parte, aos primeiros sintomas procurar o teste e iniciar o isolamento, vacinar e usar máscara. Afinal: A PANDEMIA CONTINUA! Façamos nossa parte com equilíbrio, com cuidados conosco e com os outros em nossa volta. Em uma pandemia se cuidar é um ato de solidariedade.
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