Na última quarta-feira (13), a Anvisa aprovou o uso da vacina Coronavac em crianças de 3, 4 e 5 anos, idades ainda não contempladas em nenhuma fase da campanha, aptas agora para a imunização. Após a aprovação, o Ministério da Saúde fez o anúncio da recomendação para essa faixa etária. Assim, os municípios podem, efetivamente, começar a aplicar as vacinas. Essa notícia vem em ótimo momento, pois representa a possibilidade de proteção e queda na transmissibilidade do vírus, em um momento de nova onda da variante Ômicron.
A decisão foi baseada em diversos estudos nacionais e internacionais sobre a eficácia da vacina em crianças. Um dos estudos clínicos, feito no Chile, mostrou efetividade de 55% da Coronavac contra a hospitalização de crianças que testam positivo para a Covid-19. Além disso, as crianças que participaram dos estudos clínicos apresentaram maior número de anticorpos e menos reações à vacina em relação aos adultos. Dados de estudos feitos pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto Butantan e pela Ufes também contribuíram para a decisão de aprovação da vacina.
O Brasil é segundo país onde mais crianças de 0-11 anos morreram de Covid, o que faz com que a decisão seja ainda mais importante. Na faixa etária de 0-5 anos, no Espírito Santo mais de 24 mil casos já foram confirmados e, infelizmente, 31 crianças perderam a batalha contra a Covid. Muito mais que um número isolado, isso representa algo que não pode ser mensurado, a dor de muitas famílias pela perda de seus filhos. Além disso, importante pontuar que desses mais de 24 mil infectados, segundo estimativas da OMS, em torno de 20% poderão apresentar sequelas da doença, a chamada Covid longa.
Estamos falando de mais de duas mil crianças, entre 0-5 anos, que poderão ter seu futuro afetado por sequelas motoras, neurológicas, cardiovasculares e outras, ainda desconhecidas, em um campo novo de estudos científicos.
Em janeiro deste ano, o Ministério da Saúde já havia incluído as crianças de 5 a 11 anos na campanha de vacinação contra a Covid, com a indicação de duas vacinas: a da empresa Pfizer e a da produzida pelo Butantan, a Coronavac. Sobre essa última, a aprovação considerava crianças a partir dos seis anos. Desde o início da vacinação, mais de 103 milhões de doses da Coronavac foram aplicadas no país. As reações graves após a imunização foram consideradas raras e raríssimas. Esses efeitos adversos são esperados e foram os mesmos de outras vacinas, como dor no local, um pouco de mal-estar e febre baixa.
Estudos demostram que as vacinas, além de proteger contra a gravidade da doença, ainda previnem o desenvolvimento de Covid longa. Vacinar nossas crianças é, portanto, um ato de amor, de cuidado, de preservação de um futuro mais saudável. Quem ama cuida, quem ama vacina!
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