Jornalista de A Gazeta há 10 anos, está à frente da editoria de Esportes desde 2016. Como colunista, traz os bastidores e as análises dos principais acontecimentos esportivos no Espírito Santo e no Brasil

50 anos do tri: Fontana, o capixaba que fez história na Seleção brasileira

Zagueiro que foi revelado no Vitória, campeão pelo Rio Branco e ainda brilhou por Vasco e Cruzeiro é o único jogador nascido no Espírito Santo a conquistar uma Copa do Mundo

Publicado em 21/06/2020 às 06h00
Atualizado em 21/06/2020 às 06h00
Fontana foi campeão da Copa de 70 pela Seleção Brasileira
Fontana (em pé, o terceiro da esquerda para a direita) foi campeão da Copa de 70 pela Seleção Brasileira. Crédito: Arquivo/CBF e Josemar Gonçalves/Arquivo/A Gazeta

Em 2007, a revista inglesa World Soccer Magazine elegeu a Seleção Brasileira que conquistou a Copa de 70 como a melhor de todos os tempos. Seis anos mais tarde, em 2013, esse pensamento foi ratificado por duas lendas dos esporte durante uma coletiva de imprensa no Rio de Janeiro. Franz Beckenbauer, campeão do mundo como jogador (1974) e treinador (1990), pela Alemanha, e Bobby Charlton, estrela da Inglaterra campeã de 1966, concordaram que a Seleção que conquistou o tricampeonato para o Brasil há exatos 50 anos é o time mais incrível que o mundo já viu.

Na delegação que ficou consagrada por nomes como Pelé, Jairzinho, Rivellino e Tostão, um capixaba também deixou seu nome escrito na história: José de Anchieta Fontana. Natural de Santa Teresa, o zagueiro se tornou o primeiro e até hoje o único jogador nascido no Espírito Santo a conquistar uma Copa do Mundo de futebol vestindo a camisa do Brasil.

Fontana não chegou 100% fisicamente na Copa de 70, no México. As fortes dores nos joelhos o fizeram perder a vaga de titular para Piazza, no time comandado por Zagallo. Assim, foi impedido de reeditar na Seleção a dupla que formava com Brito, no Cruzeiro e, anteriormente, no Vasco.

O zagueiro capixaba entrou em campo apenas na partida contra a Romênia. Era o terceiro jogo da fase de grupos do Mundial e o Brasil já estava a um passo da classificação às quartas de final. A vitória por 3 a 2 decretou o aproveitamento perfeito na primeira fase e ainda rendeu uma lembrança para Fontana, que trocou camisa com o atacante romeno Dumitrache. 

Se fica no imaginário o pensamento de que o capixaba poderia ter tido mais minutos em campo, fica também a certeza que em um time de futebol todos são importantes para o grupo, e no dia 21 de junho de 1970, Fontana ajudou o Brasil a levantar a Taça Jules Rimet pela terceira vez e deu um toque capixaba ao feito marcante na história do futebol brasileiro. Conquista que enche a família de orgulho.

"É uma honra saber que meu pai conquistou esse título. Tenho todo o material aqui em casa, as camisas, as premiações que ele recebeu, recortes de jornal. Eu nasci em 74, não vi a Copa, mas minha família guardou tudo e cuidamos dessa história. É o único capixaba que conseguiu esse feito até hoje. É motivo de muito orgulho", comemora Fabrício Fontana, filho do jogador.

Na edição histórica do Jornal A Gazeta no dia 22 de junho de 1970, a editoria de Esportes publicou um pequeno resumo de cada jogador na Copa. A publicação afirmou que Fontana não foi bem quando esteve em campo, mas destacou sua liderança no elenco. “José de Anchieta Fontana jogou apenas uma vez nesta Copa do Mundo, e não foi bem. Foi na partida contra a Romênia. Não teve a devida calma e por isso ficou à margem dos demais jogos. Com espírito de liderança, jamais negou o seu apoio aos companheiros”.

Resumo sobre Fontana publicado no Jornal A Gazeta no dia 22 de junho de 1970
Resumo sobre Fontana publicado no Jornal A Gazeta no dia 22 de junho de 1970. Crédito: Cedoc/A Gazeta

RETA FINAL DA CARREIRA

Após a Copa, Fontana - que iniciou a carreira no Vitória, em 1958, e conquistou o Capixabão pelo Rio Branco, em 1959 e 1962, - seguiu no Cruzeiro, clube onde encerrou a carreira.

O zagueiro capixaba faleceu em 1980, aos 39 anos, quando sofreu um ataque cardíaco durante uma partida de futebol entre amigos. Fontana deixou um legado na história do futebol. Seu nome está certamente na memória dos amantes do esporte e também em homenagens. Uma rua em Santa Leopoldina, e outra em Vitória levam o nome do jogador.

A Gazeta integra o

Saiba mais
Futebol Futebol Capixaba Clube vasco da gama seleção brasileira

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.

A Gazeta deseja enviar alertas sobre as principais notícias do Espirito Santo.