Pela quinta Copa do Mundo seguida, o Brasil é eliminado por uma seleção europeia na fase decisiva. Uma escrita indigesta para a seleção que é a maior campeã da competição e que agora vai igualar ser maior jejum de títulos. Quando chegarmos na Copa de 2026, o Esquadrão Canarinho completará 24 anos sem levantar a taça do Mundial.
Com sua seleção mais preparada pós-geração de 2006, o desfecho do elenco comandado por Tite é trágico. Perder da forma como perdeu, com o jogo na mão, é dolorido. Mas é isso, futebol não é justiça, futebol é competência. Na hora do vamos ver, a Croácia foi mais competente que o Brasil. O time europeu conseguiu sair do buraco de uma iminente derrota na prorrogação, levar o jogo para os pênaltis e ter mais tranquilidade para conquistar a classificação na marca fatal.
Ao longo do ciclo de Copa, a Seleção Brasileira cometeu erros em sua preparação, que culminaram em novos equívocos na Copa do Mundo do Catar e consequentemente causaram a eliminação precoce mais uma vez. Então vamos à lista dos 7 erros.
1 - ACREDITAR QUE O FUTEBOL SUL-AMERICANO É PARÂMETRO PARA MEDIR A QUALIDADE
Há ciclos, o Brasil domina o futebol sul-americano. Reina nas eliminatórias e enfileira números de melhor campanha e estatísticas. A euforia de estar sempre no auge cega. Cria um falso termômetro. É inacreditável como sempre acontece e nenhum treinador presta atenção nisso. Soma-se a isso as dezenas de amistosos contra seleções sem tradição no futebol. Faltam duelos contra seleções europeias fortes na preparação.
2 - CONVOCAÇÃO ERRADA
Pela primeira vez, a Fifa permitiu a convocação de 26 jogadores. Tite decidiu levar nove atacantes. Sendo que alguns mal jogaram. E onde o Brasil perdeu a Copa? No meio-campo, com um elenco carente de jogadores de criatividade. Meio-campistas com boas características defensivas, mas com pouca efetividade na criação e no ataque.
3 - FALTA DE CONVICÇÃO
Tite parece não acreditar nos próprios jogadores que levou. Por vários momentos criação era um problema, o treinador tinha Éverton Ribeiro no banco, que é um jogador da posição, e não apostou no meia do Flamengo nos momentos em que ele poderia ajudar. Por que o convocou então? A questão aqui não é se Éverton merecia a convocação ou não? Mas se foi escolhido, por que não foi utilizado já que era o especialista de um setor carente do Brasil na Copa?
4 - LATERAIS INOPERANTES OFENSIVAMENTE
Ao longo da trajetória de Tite na Seleção criou-se uma máxima que com o esquema de quatro atacantes sendo dois abertos nas pontas, os laterais não precisariam atacar, se tornaram praticamente zagueiros pelos lados do campo. Mas ficou visível que toda vez que os adversários dobravam a marcação nos pontas, eles não conseguiam ser efetivos. Eles precisaram da aproximação dos laterais, e isso não existiu. Logo, o Brasil se tornou um time previsível e terminou encurralado. Foi travado pelos lados, e não conseguia criar por dentro.
5 - FALTA DE VARIAÇÃO TÁTICA
O Brasil só soube jogar de uma mesma maneira, não houve variação tática. Todas as substituições de Tite eram seis por meia-dúzia. Tirava o titular e entrava um reserva que fazia exatamente a mesma função em campo. Não entrava nenhum jogador para mudar o estilo de jogo. As peças eram trocadas, mas o modelo de jogo permanecia. Quem entendeu a forma do Brasil jogar e tinha o mínimo de qualidade conseguiu neutralizar.
6 - INSISTIR NO QUE JÁ NÃO DEU CERTO
Entre os 26 convocados para Copa, algumas peças já tinham sido testadas à exaustão e não corresponderam, mas ainda assim estiveram no Mundial: caso de Gabriel Jesus. Já na Copa, alguns jogadores foram muito mal e seguiram muito utilizados: Raphinha e Fred por exemplo.
7 - SUPERVALORIZAÇÃO
É claro que o Brasil tem jogadores protagonistas no futebol mundial, titulares em grandes clubes europeus, e tem Neymar, que é craque. Mas hou uma dose generosa de confiança em jogadores que também são questionáveis e jogam em times médios da Europa. Danilo e Alex Sandro não são laterais dos sonhos, Paquetá é bom jogador, mas fez uma Copa abaixo. Raphinha já não vinha jogando nada no Barcelona. Se confiou muito em um favoritismo que se mostrou vulnerável.
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