No último sábado (29), este colunista que vos escreve utilizou seu espaço para um texto com o seguinte título: “Acabou o amor: ‘Era Messi’ no Barcelona tem seu fim da pior maneira possível”. Naquele dia, tratamos por aqui do comunicado do argentino à diretoria do clube, no qual afirmou seu desejo de sair. Mas o mundo dá voltas não é mesmo? E a iminente saída não aconteceu. Nesta sexta-feira (04), em uma reviravolta digna de novela mexicana, o craque disse que fica. Cá estamos então. Voltam os cães arrependidos: Messi ao Barcelona, e o colunista a mais um texto.
Visivelmente irritado em entrevista ao site Goal, Messi surpreendeu o mundo com sua nova decisão, mas não poupou críticas ao presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu. Deixou bem claro que queria sair, mas recuou ao se ver em meio a um imbróglio judicial que poderia manchar a linda história que possui com o clube catalão. Não falta amor à camisa, mas sobra irritação com o momento que vive o Barça.
"Não foi por causa do resultado da Champions contra o Bayern (que quis sair). Eu pensava na decisão há muito tempo. Disse ao presidente e, bom, ele sempre disse que ao fim da temporada eu poderia decidir se queria ir ou se ficaria. E, ao fim, não cumpriu sua palavra. Eu pensei que estávamos combinados, que eu estava livre, o presidente sempre disse que no fim da temporada eu poderia decidir se ficava ou não. E agora eles se agarram ao fato de que não comuniquei antes de 10 de junho, sendo que em 10 de junho estávamos disputando La Liga, no meio dessa situação desse vírus de merda e dessa doença que alterou todas as datas. E por esse motivo é que vou ficar no clube."
Não precisa ser nenhum detetive para perceber que Messi está insatisfeito ficar. Mas ele tinha apenas duas alternativas: pagar a multa equivalente à R$ 4,5 bilhões para rescindir o contrato, ou brigar na justiça para mostrar que as alterações de datas na temporada, provocadas pelas readequações por conta da pandemia do novo coronavírus, o permitiriam utilizar a cláusula que lhe concede o direito de encerrar unilateralmente o vínculo, sem pendências financeiras, ao fim da temporada. Uma encruzilhada que fez o craque decidir por sua permanência.
Entretanto, é evidente o desconforto de Messi. As circunstâncias o fizeram ficar. Parece não haver mais vontade ou disposição. Uma relação que está fortemente abalada. Resta agora a curiosidade em saber que Messi é este que estará em campo pelo Barcelona. O gênio imparável com a bola nos pés, ou um funcionário do clube que vai se resumir a ser protocolar?
A “Era Messi” no Barcelona não acabou, mas agoniza. Ao lado do craque, fatalmente não estarão alguns bons companheiros. O futuro vem cheio de incertezas e o “barcelonismo”, como frisou o argentino em sua entrevista ao Goal, mudou. O vínculo legal foi estendido, mas desgastado, o casamento não será mais o mesmo.
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