Mergulhado em uma crise que parece não ter fim, o Vasco entra em campo no início da noite deste domingo (15), para enfrentar o Fluminense pela Taça Rio, segundo turno do Campeonato Carioca, competição em que tem apenas o nono melhor desempenho. São apenas duas vitórias em um torneio recheado de times limitados, mas ainda assim, a equipe comandada pelo técnico Abel Braga, não satisfeita em não conseguir vencer a maioria de seus jogos, também não apresenta evolução. Pelo contrário, piora a cada nova atuação.
O sofrível futebol não se restringe ao Estadual, mas é o mesmo tragicamente desfilado na Sul-Americana e na Copa do Brasil. Na Sula, o Vasco conseguiu avançar frente ao Oriente Petrolero, da Bolívia. Com boa dose de dificuldade, mas superou o desafio. Já no torneio nacional, o Cruz-Maltino se classificou nas duas primeiras fases, mas agora diante de um esforçado Goiás, se vê em desvantagem e com a possibilidade de perder uma boa quantia em dinheiro em caso de eliminação, algo que o Gigante da Colina não se pode dar ao luxo.
No Vasco presidido por Alexandre Campello, Abel Braga é o alvo fácil e óbvio. É claro que Abelão tem muito o que responder sobre um time que não apresenta a mínima evolução a cada jogo que passa. O elenco não é o do sonhos de nenhum técnico, mas também não é tão péssimo assim para jogar esse futebol pobre de ideias e organização tática. Até aqui as críticas são justas e o treinador deve dar uma resposta. Por outro lado, que recursos a diretoria oferece ao técnico. Nem o salário dos funcionários são pagos em dia, imagine o de jogadores e técnico. Quem mais aceitaria trabalhar de graça? Já pensando em um iminente adeus à Abel, o Vasco sondou Eduardo Barroca, atualmente técnico do Coritiba, e ouviu um sonoro "não". Essa é a realidade do Gigante da Colina, que já não é mais objeto de desejo de ninguém. E isso não tem Abel que resolva.
Em protesto recente aos salários atrasados, os jogadores do Vasco pararam de dar entrevistas. Assim acertam um duro golpe na imagem do clube, que fica praticamente sem visibilidade nos veículos de comunicação. Atitude justa, mas que não foi vista com bons olhos por Campello. O presidente teve a audácia de ficar insatisfeito com os atletas. Uma postura inacreditável do gestor que não consegue movimentar a receita do clube para cumprir suas obrigações. Hoje o Cruz-Maltino tem recursos de patrocinadores e milhares de sócios-torcedores, mas o dinheiro acaba devorado por penhoras e dívidas trabalhistas. Campello volta e meia relembra das gestões anteriores, que deixaram o clube nesta situação. É verdade, mas para o contexto isso pouco importa. Alguém tem que resolver essa situação, e isso cabe ao presidente.
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De gigante, hoje o Vasco tem sua história e principalmente sua torcida. Uma legião de apaixonados que insiste em carregar o clube no colo. Uma torcida que fez um programa de sócio-torcedor virar um case de sucesso mundial, que doa dinheiro para as obras de um centro de treinamento e ainda vai aos estádios em grande quantidade neste início de temporada deprimente. O clube precisa dar uma resposta imediata ao torcedor.
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