A última vez que o mundo enfrentou uma pandemia foi em 1918. A Gripe Espanhola teve seus primeiros registros nos Estados Unidos, no mês de março daquele ano. Entretanto, a doença, que à época paralisou praticamente todas as competições esportivas, só se espalhou pelo Brasil em meados de setembro, o que permitiu que alguns campeonatos tivessem bola rolando, mesmo já com a doença fazendo vítimas em parte do globo. Equivalente ao Capixabão como conhecemos hoje, o Campeonato da Cidade de Vitória de Futebol foi realizado em maio, e teve tempo de conhecer seu campeão: o Rio Branco.
Neste sábado (21), o time capa-preta encara a Desportiva, no Estádio Kléber Andrade, às 18h30, na partida que marca o retorno do Campeonato Capixaba depois de nove meses paralisado por conta da Covid-19. E, 102 anos depois, o Rio Branco pode repetir a dose de conquistar um título em ano de pandemia. Coincidências que só o futebol pode proporcionar.
Em 1918, o Rio Branco ostentou uma campanha praticamente irretocável para se tornar campeão: foram seis vitórias, um empate e apenas uma derrota, nos oito jogos do campeonato. Na final, o Capa-Preta escalado com Reynaldo Pinto, Raul e Análio; Nelson, J. Carvalhinho e Odilon; Edmundo, Costinha, Paixão, Carlito e Pavão, e comandado por Lulu Rocha, venceu o América por 2 a 1, na decisão que aconteceu em Paul, Vila Velha. Os gols do título foram marcados por Costinha e Paixão.
A conquista teve um sabor especial. O Rio Branco estava dando o troco no América, rival que o derrotou na final da mesma competição, em 1917. De quebra, com remanescentes deste elenco campeão em 1918, o Capa-Preta ainda viria a conquistar o Campeonato da Cidade de Vitória de Futebol novamente em 1919, desta vez sobre o Vitória. Ali, o Rio Branco começava a ganhar torcedores e se consolidar como um dos maiores times do Espírito Santo.
Resta saber agora se a atual equipe do Rio Branco vai conseguir ter a mesma força daquele elenco bicampeão há mais de 100 anos. A inspiração existe, mas não entra em campo. Do outro lado do gramado estará o maior rival, a Desportiva. Tomara que façam um grande jogo, que justifique a alcunha de maior clássico do Estado.
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