Imagine você fazer parte de um grupo responsável pela escolha que leve sua empresa a perder a oportunidade de arrecadar R$ 44 milhões. Imagine também que esse grupo realizou uma reformulação às vésperas de desafios importantes e viu que toda a sua estratégia deu errado. E vale destacar que nos últimos quatro anos esse mesmo grupo contribuiu de forma direta para gerar a obrigatoriedade de pagar R$ 37 milhões em multas. Pois é, é exatamente nesse cenário que se encontra a diretoria do Flamengo.
A demissão do técnico Vitor Pereira oficializada nesta terça-feira (11) é muito mais do que só o reflexo do trabalho ruim do treinador português, mas também fruto de um erro gigantesco de planejamento dos dirigentes rubro-negros.
Com erros e acertos, Dorival Júnior foi campeão da Copa do Brasil e da Libertadores em 2022, e tinha o elenco na mão. Ainda que bem plausível de ser explicada a ruptura com o treinador por conta das últimas apresentações do Flamengo no ano, o momento escolhido foi péssimo. Jogadores com férias esticadas, pouco tempo para se ambientar a uma nova filosofia de trabalho e Supercopa, Recopa e Mundial de Clubes logo no início da temporada.
Além do momento ruim para uma reconstrução, o estilo do novo comandante em nada se aproximava das características do elenco. A partir dessas decisões equivocadas, o caminho para o desligamento de Vitor Pereira se tornou inevitável. A humilhação imposta pelo Fluminense na final do Campeonato Carioca foi apena a pá de cal para o técnico que tinha sob seu comando um dos melhores elencos do país e perdeu vários jogos da forma como perdeu: um time sem reação, sem criatividade e visivelmente mal treinado.
Logo, é muito fácil colocar toda a culpa em Vitor Pereira, mas quem o colocou lá em meio a esse cenário precisa dar explicações. Mas ao que tudo indica, parece ser uma posição muito confortável no clube.
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