Em oito jogos na Libertadores, o Flamengo venceu quatro. Um aproveitamento de 50%, muito pouco para quem buscava manter a Glória Eterna. Entre os rivais que o Rubro-Negro tropeçou na competição estão os fraquíssimos Aucas e Ñublense, e os esforçados Racing e Olímpia, seu algoz nas oitavas de final da competição continental, na noite desta quinta-feira (10). O desempenho do Flamengo nesta edição da Libertadores foi ridículo para o potencial que possui. O clube colheu o que plantou!
A derrota para o Olímpia por 3 a 1 no Defensores del Chaco expôs limitações no time comandado por Sampaoli. Primeiro a posse de bola inerte. Mesmo controlando as ações em determinados momentos do jogo, o Flamengo agrediu pouco. Foram apenas quatro chutes ao gol em mais de 100 minutos de jogo. Um time que tem Everton Ribeiro, Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol tem obrigação de fazer mais que isso.
Nem a vantagem inicial que veio com Bruno Henrique colocando a bola na rede aos 7 minutos do primeiro tempo deu tranquilidade para o Flamengo, visto que o empate do Olímpia veio em gol de cabeça de Iván Torres logo aos 11 minutos. Até esse momento ninguém imaginava, mas seria a bola aérea o pesadelo rubro-negro no duelo.
Os gols que decidiram a classificação do Olimpia foram em cabeçadas após cobranças de escanteios. Primeiro Ortiz, aos 23 do segundo tempo. Uma cabeçada em que mal precisou pular e estava até bem longe do gol. Falha da marcação e falha do goleiro Matheus Cunha que demorou para chegar na bola. E a bola que decidiu o confronto foi testada por Bruera aos 34. Livre para finalizar graças ao zagueiro Fabrício Bruno que ficou marcando bola, erro que já havia cometido no primeiro gol dos paraguaios na partida.
Bola parada é treino. Se seu time toma dois gols seguidos muito parecidos em escanteios, temos duas opções: ou a equipe está mal treinada ou está desatenta. Vou ficar com a segunda opção, pois não só nos lances decisivos foi o que vi em vários momentos do Flamengo no duelo. Filipe Luís marcou de longe no primeiro gol e permitiu o cruzamento fácil, se embananou e perdeu uma bola que quase gerou um gol do Olímpia no segundo tempo. Um time que parecia acreditar que a classificação viria de forma natural, e de repente se viu dominado por uma equipe com elenco limitado, mas que acreditou que poderia vencer um rival melhor tecnicamente. O Olimpia foi premiado com a classificação.
O Flamengo agora iniciará sua caça às bruxas, como de praxe. Porém, falta coragem para mexer onde precisa: a gestão de futebol é péssima, e acumula decisões questionáveis como a rescisão com o técnico Dorival Júnior. Tem medalhões que não vem rendendo e precisam deixar o elenco. Sampaoli é bom técnico, mas não tem o perfil desse elenco. Por isso sempre a impressão, que está evoluindo, mas falta alguma coisa. Há muito o que se renovar no clube.
Entretanto, a temporada recheada de fracassos ainda não acabou. A eliminação da Libertadores junta-se aos decepcionantes vices na Recopa Sul-Americana, na Supercopa do Brasil e no Carioca, e à eliminação precoce no Mundial de Clubes. O Brasileirão é um sonho praticamente impossível, mas a chance do título da Copa do Brasil é real. A disputa é a tábua de salvação desse elenco para tentar uma conquista no ano. Pouco para quem encerrou 2022 desafiando o Real Madrid.
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