É bem verdade que em clássico o que importa é vencer. E no Clássico dos Milhões que abriu a semifinal do Carioca na noite desta segunda-feira (13), melhor para o Flamengo, que superou o Vasco por 3 a 2, no Maracanã. O jogo nervoso, disputado e recheado de gols proporcionou muitas emoções para os torcedores das duas equipes. Que o digam os zagueiros do Rubro-Negro e do Cruz-Maltino. Dos cinco gols da partida, quatro saíram em falhas graves dos sistemas defensivos das equipes. Em noite de show de horrores protagonizados pelos defensores, deixou o campo com a vitória o time que errou menos e aproveitou melhor as falhas rivais.
O Vasco 2023, dessa nova era SAF, tem uma equipe em formação. O Flamengo, talvez nem devesse ser, mas é um time em reconstrução. No confronto, que está totalmente em aberto, a única certeza dos dois clubes é que nessa reformulação, cada um à sua maneira precisa urgentemente corrigir as falhas do sistema defensivo.
Do lado do Flamengo, Vitor Pereira finalmente parece ao menos apontar um caminho que seu time deve seguir. Escalou sua equipe no clássico com três zagueiros para ter uma defesa sólida e liberar os laterais. Só não imaginou a lentidão e falta de sincronização no posicionamento de seus defensores. E foi assim, com zagueiros nos lugares errados e com uma imensa contribuição de Rodrigo Caio, que o Vasco abriu o placar. Pec agradeceu gentilmente o presente do defensor rubro-negro e fuzilou para as redes.
O Vasco, que também mudou sua estratégia, começou bem. Pec se sacrificava para marcar as investidas de Ayrton Lucas pelas esquerda e Galarza, que ganhou a posição de Rodrigo, marcava Matheuzinho pela direita. Só que quando as laterais estavam fechadas, o Fla se encontrou pelo meio. Empatou o jogo no talento de Arrascaeta, que acertou lindo chute.
Daí para frente as defesas iniciaram uma sequência de trapalhadas. Capasso tocou a bola no pé de Pedro, que só teve o trabalho de bater firme para vencer Léo jardim: 2 a 1 Flamengo. Na volta do intervalo, o Vasco conseguiu o empate em contragolpe que Pedro Raul avançou sem marcação e cruzou para Alex Teixeira livre entre dois zagueiros rubro-negros cabecear para o gol: 2 a 2.
E no gol que decidiu o jogo, Fabrício Bruno aproveitou cobrança de falta de Arrascaeta para cabecear em meio a vários defensores do Vasco sem sequer precisar sair do chão para testar a bola. Após o gol, Barbieri fez várias substituições e o Gigante da Colina ficou completamente desfigurado em campo. O Flamengo desperdiçou uma ótima oportunidade de liquidar o confronto. Poderia ter feito ao menos mais dois gols tranquilamente, já que o esquema tático do time de Barbieri foi para o espaço na reta final da partida.
O Vasco, que venceu o Flamengo no clássico válido pela primeira fase graças a uma marcação quase perfeita, desta vez errou na estratégia: se preocupou com as laterais e viu o Flamengo dominar o centro do campo. Arrascaeta teve uma liberdade absurda na partida, assim como Éverton Ribeiro, quando entrou no decorrer do jogo.
O criticado Galarza é um jogador limitado, mas ainda assim não comprometeu tanto. Cumpriu com alguma dificuldade sua função na primeira etapa, mas cumpriu. Barbieri, esse sim, errou ao escalar o paraguaio e abrir mão de Rodrigo, jogador de mais marcação no miolo do campo. Era tudo que o Flamengo precisava para ter mais inspiração de seus melhores jogadores. As trocas de passes envolventes apareceram e o placar poderia ter sido mais elástico.
Em desvantagem no placar, o Vasco agora vai ter que corrigir seus erros e ter uma postura mais agressiva na partida de domingo (18). Provavelmente haverá mudanças na escalação. Já o Flamengo, após uma dura sequência de derrotas, pode, agora com esse resultado positivo, buscar algum alívio no horizonte. Claro que tem que corrigir o sistema defensivo. Mas Vitor Pereira terá alguns dias de paz para potencializar os talentos de sua equipe e equilibrar melhor suas ações ofensivas tanto pelo meio quanto pelas laterais. Se encaixar, ficará cada vez mais difícil para os rivais.
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