O melhor início de um treinador na história do Flamengo, seguidas goleadas, Michael recuperando o bom futebol, a áurea de boleiro que leva ao relacionamento perfeito com os jogadores, o carinho e a simpatia da torcida. Parecia o casamento perfeito, mas depois de pouco mais de quatro meses, Renato Gaúcho sai do clube pela porta dos fundos e sem deixar saudades.
No início da tarde desta segunda-feira (29), o Flamengo anunciou o desligamento do técnico Renato Gaúcho. A derrota na final da Libertadores para o Palmeiras, no último sábado (27), foi apenas a gota d’água de um trabalho que foi do céu ao inferno em pouco tempo. O golpe fatal, aplicado pelo Alviverde apenas comprovou que o falastrão treinador não tinha preparo o suficiente para o cargo que ocupava.
Renato tem um estilo único: agregador, paizão, bom de papo e bom de vestiário. Mas no futebol de alto nível não há lugar para essas características se elas não estiverem aliadas à estratégia, esquema tático, soluções criativas e eficientes. O Flamengo se mostrou muita areia para o caminhão do treinador.
Escolhido para ser o substituto de Rogério Ceni, Renato Gaúcho tinha o objetivo de lutar por três títulos, e perdeu todos. Em todas as ocasiões que foi desafiado não teve capacidade para responder à altura. Os jogos importantes no mata-mata escancararam isso. Seu time foi engolido taticamente pelo Athletico-PR na Copa do Brasil e sucumbiu para o organizado e lutador Palmeiras na Libertadores.
Os números de Renato Gaúcho nem são ruins. O treinador comandou o Rubro-Negro em 38 jogos, com 25 vitórias, 8 empates e 5 derrotas, um aproveitamento de 72,8%. Porém, posso dizer que o Flamengo foi bem apesar de seu técnico. O elenco é tão qualificado que conseguiu se manter competitivo mesmo sem o direcionamento ideal. Mas tudo tem um limite. Quando precisou de algo mais do que talento e técnica, tal recurso faltou ao Flamengo. Deveria vir do banco de reservas, mas não veio.
Qualquer técnico que assuma o comando do Flamengo vai viver sob a onipresente sombra de Jorge Jesus e seu time encantador de 2019. O desempenho da época não se repetiu, mas foi a primeira vez que o time competiu de forma tão desorganizada. E faltou humildade a Renato para assumir isso. Na frente das câmeras apenas respostas vazias e responsabilidades repassadas a arbitragem, convocações da Seleção e nunca ao seu próprio trabalho.
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Que o futuro possa trazer reflexão a Renato. É um personagem importante do futebol de brasileiro. Fez um trabalho ruim e agora precisa se reinventar. Já ao Flamengo cabe o desafio do mercado: encontrar alguém com bagagem e competência para comandar o time.
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