Após trágico início no Brasileirão, o Flamengo já chegou à sua quarta vitória seguida na competição nacional. Sem saber o que é derrota desde a segunda rodada, quando perdeu para o Atlético-GO, o Rubro-Negro derrotou o Fluminense na noite desta quarta-feira (09) com boa dose de tranquilidade, assumiu a vice-liderança na tabela e já aparece no retrovisor do Internacional, líder do torneio.
O “novo normal” deixou o Campeonato Brasileiro ainda mais imprevisível do que ele costuma ser. Além dos inúmeros protocolos, dos estádios vazio e dos cantos de torcida no sistema de som dos estádios, o desempenho das equipes foi duramente afetado. Mas se tem um time que deseja que tudo volte a ser como antes, esse é o Flamengo. A régua é muito alta, o Flamengo de Jorge Jesus foi histórico, mas pouco a pouco, sob o comando de Domènec Torrent, o Fla dá sinais que se reaproxima de seu “velho normal”.
No triunfo sobre o Fluminense, o Flamengo sobrou no primeiro tempo, período suficiente para sacramentar a vitória. A qualidade técnica dos jogadores do Flamengo ficou muito visível frente a um esforçado, mas limitado elenco tricolor. O Rubro-Negro dominou o meio-campo com Thiago Maia (este em grande noite), Gerson e Diego. Pelos lados, Everton Ribeiro e Arrascaeta no suporte criativo. O Flu pouco fez, e ainda viu o goleiro Muriel rebater duas bolas para a frente da área e contribuir significativamente para os gols do Filipe Luís e Gabigol.
O resultado pelo placar de 2 a 1 sugere uma dose de dificuldade que não existiu. O técnico Odair Hellmann, do Fluminense, cometeu erro grave ao escalar Nenê de falso nove. Aposta errada o suficiente para deixar o time inoperante no ataque, uma vez que Nenê não é atacante, e sem criatividade no meio-campo, já que o jogador é um dos poucos lúcidos na equipe. Um equívoco que cobrou muito caro. No segundo tempo, o treinador colocou Fred no jogo e corrigiu o esquema da equipe. O Fluminense se soltou mais, mas seguiu sem oferecer perigo. No fim, um gol que premiou a valentia, nada mais que isso.
O Flamengo foi cirúrgico para liquidar o jogo ainda no primeiro tempo, e inteligente para administrar o resultado na segunda etapa. Como esperado, o Rubro-Negro de Dome não é tão impetuoso como o de Jorge Jesus. É mais cadenciado. O que não o impede de ser eficiente e encantador à sua maneira. Ainda não é, mas pode vir a ser. Por enquanto, o treinador catalão vai conhecendo o elenco, dando o seu toque e testando o tão comentado rodízio de jogadores.
No Brasil, onde o resultado é muito mais cobrado do que a performance, é normal estranhar um time que não tenha seus 11 titulares bem definidos e que o torcedor não tenha gravada a escalação. Porém, a estratégia pode se mostrar muito acertada em uma temporada em que o calendário será brutal, devido ao tempo de paralisação forçada pela pandemia do novo coronavírus.
O Brasileirão já tem suas rodadas às quartas e domingos, e ainda dividirá seus dias de semana com Copa do Brasil, Sul-Americana e Libertadores. Maratona que certamente terá impacto em todos os clubes. O próprio elenco do Flamengo deu sinais de cansaço na reta final do jogo contra o Fluminense. Dome ainda não tem a simpatia de todos, mas nesse contexto, pode ter uma boa dose de razão.
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