Assim como em todo o país, o futebol capixaba permanece em compasso de espera para retomar suas atividades. Com as competições paralisadas desde o dia 18 de março por conta da pandemia de Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, a Federação de Futebol do Espírito Santo (FES) é muita clara em seu posicionamento ao informar que não há o que fazer a não ser aguardar.
A bola só vai rolar para as quartas de final do Capixabão quando a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) garantir que o campo de jogo possa ser um lugar seguro pelo menos a jogadores, comissões técnicas e demais colaboradores essenciais para uma partida de futebol, ainda que o jogo aconteça com os portões fechados. O que não deve acontecer nos próximos dias, já que os números do novo coronavírus permanecem alarmantes no Espírito Santo.
Entretanto, este cenário de imprevisibilidade já cobra caro ao futebol capixaba. Das oito equipes classificadas para as quartas de final do Estadual, quatro (Rio Branco, Rio Branco VN, Estrela e São Mateus) já se viram obrigadas a rescindir os contratos com os jogadores. Real Noroeste, Desportiva, Serra e Vitória mantêm seus atletas, mas as dificuldades já batem à porta.
Presidente da FES, Gustavo Vieira reconhece o momento difícil para os clubes. “A situação é de muita dificuldade não só aqui no Estado, mas no futebol mundial. O futebol precisa de evento para gerar receita. Todos os clubes passam por um momento de grandes dificuldades. Com as atividades paradas por completo, clubes e federações ficam sem as rendas de TV, bilheteria e patrocinadores. É um cenário muito difícil”, pontuou.
CLUBES SOFREM COM A FALTA DE RENDA
A pandemia de Covid-19 se tornou um grande problema para a economia dos clubes. Até mesmo o Vitória, que é um dos mais estruturados do Estado e vinha provando isso também com resultados dentro de campo, não escapou das dificuldades financeiras, mesmo recebendo um aporte financeiro da CBF no valor de R$ 120 mil por participar da Série D do Campeonato Brasileiro.
“Conseguimos fazer uma redução de 40% dos custos na folha de pagamento. Acabaram praticamente as receitas, infelizmente vai chegar um momento, de junho em diante, que teremos que tomar outra providência. E não sei se vamos ter time para acabar o campeonato”, declarou Antônio Perovano, presidente do Conselho Deliberativo do Alvianil ao colunista, em entrevista na Rádio CBN Vitória. Um baque para um clube que vinha desenvolvendo um ótimo trabalho nas últimas temporadas.
De tal forma, o momento é delicado para todos os times e as perspectivas não são nada boas para um futuro próximo. Mas o momento é de esperar e torcer para que tudo volte ao normal o mais rápido possível.
CAMPEONATO SERÁ DECIDIDO DENTRO DE CAMPO E PORTÕES FECHADOS É UMA OPÇÃO
Em um futuro ainda desconhecido, o Campeonato Capixaba será decidido dentro de campo. Gustavo Vieira reiterou que não há a menor possibilidade de algum clube ser declarado campeão sem a bola rolar. “Desde o início da paralisação venho dizendo que nosso objetivo é continuar de onde parou. Tentar retomar assim que for possível e seguir a ordem cronológica. Temos condições de terminar a competição em três semanas, com jogos às quartas e sábados, por exemplo. Não é um campeonato de pontos corridos, temos mais três fases. Não dá para declarar um campeão”, afirmou.
Com relação a partidas com portões fechados, trata-se de uma possibilidade real, mas que ainda não foi discutida porque no Brasil ainda não há indícios de retorno de nenhuma competição. Mas a FES, assim como a CBF está atenta às orientações dor órgãos de saúde. “Participo frequentemente de reuniões com A CBF, por videoconferência, e não há nada definido em nenhum Estado. Precisamos aguardar as possibilidades e as orientações das autoridades públicas de saúde. Estamos acompanhando situação e temos que ter muita responsabilidade, pois estamos lidando com vidas”.
Este vídeo pode te interessar
LEIA MAIS SOBRE O CASO
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.