Primeiro e único piloto negro a disputar corridas na história da Fórmula 1, em 70 anos da competição automobilística mais famosa do planeta, Lewis Hamilton se tornou heptacampeão mundial no último domingo (15), ao vencer o GP da Turquia em mais uma performance brilhante. Foi a coroação de um piloto, que além de genial fora das pistas, também se mostra um gigante fora delas, ao levantar a bandeira do combate ao racismo quando está sob os holofotes.
Os posicionamentos de Hamilton ao longo de 2020, ano que ouviu o grito “Black Lives Matter” mais forte do que nunca, foram marcantes e fomentaram a discussão no elitizado mundo automobilístico. Afinal, o Dia da Consciência Negra, lembrado nesta sexta-feira (20), não está destinado a ser o único momento do ano em que a cultura dos negros deve ser valorizada e a discriminação racial combatida. O debate e a mudança de postura precisam ser contínuos, como são as manifestações do piloto britânico.
Com a autoridade de sete títulos, no topo da categoria ao lado de ninguém menos que o piloto alemão Michael Schumacher, e recordista de vitórias (94), Hamilton acelera ferozmente para ser o maior piloto da história da Fórmula. Entretanto, seu papel social já é um exemplo significativo para a juventude negra.
Como todo preto, Hamilton não teve escolha, já nasceu um lutador. E para estar onde chegou, superou muitos desafios. Estudou em escolas públicas, morou em condomínio habitacional, viu seu pai trabalhar em quatro empregos para manter seu sonho de ser piloto, ainda quando competia no kart. Encarou o racismo e a desconfiança em sua trajetória na Fórmula 1. Entretanto, nunca abaixou a cabeça para as adversidades, seguiu lutando e venceu.
Ter essa representatividade é extremamente importante para os jovens negros. É preciso se reconhecer em todos os lugares. Só assim para entender que há espaço para o protagonismo negro. Realidade que na maioria das vezes não chega nas periferias, onde vivem a maior parte dos negros do país.
Talvez até mais importante do que estar no topo do esporte é não se esquecer de levar uma mensagem. Em uma postagem em sua conta oficial no Instagram, o piloto afirmou que continuará lutando por igualdade. “Este ano fui impulsionado não apenas pelo meu desejo de vencer nas pistas, mas por um desejo de ajudar a impulsionar nosso esporte e nosso mundo a se tornar mais diversificado e inclusivo. Eu prometo a você que não vou parar de lutar por mudanças. Temos um longo caminho a percorrer, mas vou continuar a lutar pela igualdade em nosso esporte e no mundo em que vivemos”, publicou.
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Hamilton entendeu a dimensão que alcançou no esporte e faz bom uso disso. Que siga se exemplo para os mais jovens e também para outros atletas. Quanto mais pessoas atuantes nesta causa, mais cedo será possível erradicar o racismo. Lutaremos.
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