Títulos do Brasileirão e da Libertadores, 43 vitórias, dez empates, quatro derrotas e 129 gols marcados. Esses são alguns dos feitos que marcaram a trajetória de pouco mais de um ano do técnico Jorge Jesus no Flamengo. História que ganhou um ponto final na última sexta-feira (17), e que mais do que a saudade no coração dos torcedores rubro-negros, deixa também uma lição para muitos técnicos brasileiros.
O estilo de jogo arrojado que sempre priorizou o ataque, não só foi campeão, como também encantou. Missão muito difícil no futebol atual. Não há torcedor rival capaz de falar que o Flamengo de Jorge Jesus não será lembrado por muito tempo. Um time que passou por cima dos adversários. Uma combinação perfeita de aplicação tática, talento individual e sede de vencer.
Nos últimos anos, nos habituamos a ver no futebol brasileiro equipes que abriam o placar e depois se fechavam para garantir a vitória. Uma postura covarde muitas vezes eficiente, mas incapaz de explorar o melhor que o esporte oferece. Eficaz para alcançar os três pontos, porém pobre em recursos. Entretanto, como bons torcedores que somos, muitas vezes o resultado positivo é o que interessa, e pouco importa a forma como ele é conquistado.
O Mister está longe de ter reinventado a roda no futebol, mas certamente implementou um trabalho como há tempos não presenciávamos por aqui. Não teve medo de definir uma proposta de jogo ofensivo e acreditar nela. Não somente ele, como também seus jogadores, que corriam em busca do gol enquanto a bola estivesse rolando.
É claro que o Flamengo ofereceu um elenco qualificado ao treinador, mas seu sucesso não pode ser minimizado à apenas isso. Quantas vezes já vimos times brasileiros montarem um plantel de dar inveja aos rivais e o resultado ser decepcionante? O próprio Abel Braga, que teve quase esse mesmo Flamengo (sem Rafinha e Felipe Luís), mas deixava Arrascaeta no banco, Bruno Henrique atuando centralizado e não conseguia extrair o melhor dos jogadores. A mudança de mentalidade imposta pelo Mister foi fundamental para o sucesso rubro-negro.
Fica o exemplo. É sempre bom ter ideias novas girando ao redor, tanto para os novos quanto para os medalhões. É lógico que há potencial por aqui, mas existe também um ar de superioridade de que técnicos brasileiros não precisam de ajuda do exterior para entender o que é futebol. Que haja sempre humildade em aprender.
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