Líder absoluto do Campeonato Brasileiro e finalista da Libertadores, o Flamengo joga o melhor futebol do Brasil, talvez até o melhor da América do Sul, questão que poderá ser sacramentada em breve, ou não. As atuações do Rubro-Negro são seguras, eficientes e encantadoras em muitos momentos. O técnico português Jorge Jesus é o grande maestro que faz a equipe jogar, e isso incomoda a muitos. Como assim um estrangeiro chega por aqui e alcança esse nível de excelência e protagonismo?
Quando se trata de Flamengo, tudo é potencializado, seja em euforia ou desalento. Jorge Jesus está longe de ter reinventado a roda, mas possui totais méritos em montar uma equipe que joga um futebol que não víamos por aqui há muito tempo. Boa parte desse elenco rubro-negro estava nas mãos de Abel Braga, que não conseguiu fazer um bom trabalho. Então, o português merece ser coroado pelo desempenho do seu time.
Um exemplo de insucesso na forma de jogar é o Palmeiras, dono de ótimos elencos nos últimos anos, mas que não consegue atuações à altura de seus jogadores. Nem com o atual técnico Mano Menezes e nem com os anteriores. O Grêmio de Renato Gaúcho, que já encantou, não encanta mais. Tite, antes unanimidade, hoje não consegue nem fazer a Seleção jogar bem. Os técnicos brasileiros precisam render mais, e essa cobrança somada ao sucesso de um estrangeiro mexe com o brio dos professores.
Não é de hoje que existe uma certa resistência ao trabalho de técnicos estrangeiros no Brasil. Vários já passaram por aqui e poucos tiveram sucesso. Ainda existe no “país do futebol” um ar de arrogância e prepotência de quem se percebe como a única referência mundial quando o assunto é bola rolando no gramado, o que deixou de ser verdade há muito tempo.
Além de Jorge Jesus, outro estrangeiro também faz um bom trabalho por aqui. Jorge Sampaoli comanda o Santos desde o início da temporada. Atualmente seu clube ocupa a terceira colocação do Brasileirão, e vai fechar o ano sem conquistar títulos, mas Sampaoli conseguiu fazer um trabalho interessante com o elenco limitado que possui. Mostrou caminhos que os técnicos brasileiros podem seguir.
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Que o sucesso de Jorge Jesus provoque um momento de reflexão nos técnicos brasileiros. Recursos e potencial abundam por aqui, mas é preciso repensar algumas velhas práticas. A marca do futebol brasileiro sempre foi o futebol ofensivo, e isso não pode se perder.
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