A imagem dos jogadores da Seleção Brasileira de futebol com a medalha de ouro no peito, no tablado montado no gramado do Yokohama Stadium conseguiu entrar para a história em dois aspectos: eternizar a segunda medalha dourada na modalidade e por desrespeitar o contrato do Comitê Olímpico do Brasil (COB) com a fornecedora de materiais Peak, já que os atletas utilizaram os agasalhos amarrados na cintura e não exibiram a marca da patrocinadora oficial do COB nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
A postura dos jogadores gerou revolta em vários atletas e no Comitê Olímpico do Brasil, que se posicionou ao informar que iria recorrer à esfera jurídica para tratar da situação. Comunicado feito pelo diretor de esportes Jorge Bichara, em entrevista coletiva cedida no dia 08 de agosto, ainda em Tóquio.
Mais de um mês após o ocorrido, o imbróglio ainda está longe de ter um desfecho. Questionado sobre o andamento do processo enquanto participava do evento Somos Campeões, em Vitória, onde deu palestra sobre o desempenho do Brasil nas Olimpíadas de Tóquio, o presidente do COB, Paulo Wanderley, revelou que o comitê deu início a alguns procedimentos e destacou que a maior preocupação é como fica o relacionamento com a patrocinadora.
“Nós já demos início, mas está em discussão com o Comitê Olímpico Internacional. Estamos cobrando também. É uma decisão horrorosa para se tomar. O que tinha nos deixados preocupados e estamos contornando é a questão do patrocinador. O patrocinador que investe milhões em você, não investe dinheiro, mas investe em uniforme, que foram 50 mil peças... eles cobraram. Na hora que eles tinham que estar na mídia mundial não apareceram. Isso aí foi um desgaste muito grande. Nós estamos conversando para ver o que vai acontecer.”
Paulo Wanderley lembrou estar acompanhando a partida no estádio, mas quando imaginou que isso poderia acontecer preferiu não descer para o gramado, como fizeram os presidentes dos comitês olímpicos de Espanha e México. Disse também que até agora o COB não sabe de onde partiu a ordem para os jogadores não usarem o agasalho.
“Eu estava no jogo, mas quando antevi a possibilidade deles não estarem uniformizados eu nem desci para o campo. Os outros presidentes do Comitê Olímpico do México e da Espanha desceram, eu não desci. Fiquei lá em cima até porque já tínhamos contactado as autoridades da entidade CBF. No regulamento dos Jogos, está lá que você joga com o teu uniforme, mas no pódio você tem que estar com o uniforme da sua equipe. É normal, é o natural, é o nosso patrocinador, e é o momento em que ele tem retorno. As seleções de Espanha e México estavam em fila, com uniforme completo do seu país... Nós não sabemos de onde partiu a ordem para não usar o agasalho oficial do Comitê Olímpico.”
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No dia 9 de agosto, quando alguns jogadores desembarcaram no Brasil após a conquista, todos que deram entrevista se esquivaram e falaram ser assunto para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que segue sem posicionar oficialmente pelo que aconteceu.
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