Com a chuva de reprises de jogos antigos exibidos nas últimas semanas nos canais esportivos é possível lembrar os dias de glória da Seleção Brasileira. Afinal, nenhuma outra nação faturou cinco títulos em Copas do Mundo. Na tarde deste domingo (26) será possível relembrar mais uma dessas conquistas marcantes. A partir das 16h, a TV Gazeta vai exibir a final da Copa de 1994, que foi disputada entre Brasil e Itália. Após a sofrida disputa por pênaltis, a torcida brasileira pôde soltar o grito de “É campeão”, que estava preso na garganta há 24 anos.
Tal jejum, que era um pesado fardo para os jogadores que entraram em campo pela Seleção em 1994, pode voltar à tona em breve para os atletas brasileiros. Basta um insucesso na Copa de 2022 para chegarmos em 2026 com um novo jejum de cinco copas do mundo sem títulos.
Até a ordem dos fatos é, de certa forma parecida. Uma geração foi acostumada a ver uma seleção praticamente imbatível, que conquistou as copas de 58, 62 e 70, tendo apenas uma decepção que foi em 66. Após anos de vacas magras, mais uma boa sequência: títulos em 94 e 2002, ainda com a lembrança de um amargo, mas vice-campeonato em 98. Desde então, apenas fracassos. Uma clara alternância entre períodos vitoriosos que foram sucedidos de fracassos.
Ao relembrar desses jogos marcantes na história da Seleção Canarinho é impossível não pensar no que acontece ao futebol brasileiro. Afinal não piorou tanto assim. Pelo contrário, o Brasil segue produzindo jogadores, tanto que está representado nos principais times do mundo. Mas algo mudou nesse meio tempo. A forma de jogar não encanta mais e os resultados obtidos como títulos em Copa das Confederações e competições sul-americanas não são parâmetros para medir a força da Seleção para a Copa do Mundo. Títulos que têm até deturpado a realidade nos últimos anos. Mas também não podemos deixar de reconhecer a evolução de outras escolas. Tanto que o Brasil vem sendo constantemente eliminado por seleções europeias em Copas.
A geração de 2006, famosa pelo quadrado mágico (Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Adriano e Ronaldo), não ser campeã é um pecado. Mas caiu para a França de Zidane e Henry… Acontece. Mas ser eliminada pela Holanda em 2010, principalmente pelo futebol exibido naquela Copa, não pode ser considerado normal. Na sequência, uma tragédia em 2014. Por mais que a Alemanha fosse superior, nenhum elenco que se preze pode perder de 7 a 1 em uma semifinal de Copa, ainda mais jogando em casa. Em 2018, eliminação para uma Bélgica que era mais organizada e tinha talento, nada que não fosse reversível. A Seleção poderia ter avançado, mas não foi capaz. Se bem que ao lembrar das atuações da equipe comandada por Tite na Rússia, é até difícil falar isso.
Fato é que futebolisticamente alguma coisa se perdeu pelo caminho. Talvez a formação e o estilo de jogo de nossos técnicos estejam atrasados. Talvez o brilho nos olhos desta geração de jogadores não é o mesmo de outrora. Não posso precisar, mas fica claro que é necessário corrigir os erros recentes. Muito precisa ser repensado, caso contrário, nos restará mesmo apenas a nostalgia.
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