Estamos no início da temporada do futebol brasileiro, o Carnaval ainda nem terminou, mas já podemos ver vários técnicos com a corda no pescoço. Isso nos mostra um velho problema do esporte por aqui: as diretorias não decidem uma filosofia de trabalho para seus clubes, não proporcionam tempo aos treinadores e mostram que seguem pautadas pelos resultados imediatos. Assim, a roda vai girando.
Rio de Janeiro
No Flamengo, que já possui um trabalho consolidado e principalmente com resultados expressivos, tudo vai bem. Mas basta olhar seus rivais e ver o caos. O Botafogo queimou a largada e demitiu Alberto Valentim no dia 09 de fevereiro após tomar um passeio do Fluminense e não se classificar nem às semifinais da Taça Guanabara. Valentim estava à frente do clube desde outubro de 2009 e comandou a transição e formação do elenco para o início deste ano. Entretanto, a diretoria alvinegra não quis nem saber. Demitiu o treinador e jogou alguns meses de trabalho no lixo. Paulo Autuori foi o escolhido para a função. O novo técnico conseguiu a classificação na Copa do Brasil após sofrer contra o Náutico. Objetivo alcançado, mas parece que o problema está mais no elenco do que em quem o comanda.
Em São januário, a torcida não vê a hora da queda do técnico Abel Braga no comando do Vasco. Por enquanto, o treinador até atingiu alguns objetivos: classificou o cruz-maltino na Copa do Brasil e na Sul-Americana. Mas deixou a desejar na Taça Guanabara, onde sua equipe foi eliminada na primeira fase. Porém, o que incomoda a torcida e parte da diretoria é o paupérrimo futebol apresentado. Um time visivelmente mal treinado. E a vida de Abel deve ficar mais difícil. O atacante Talles Magno sofreu uma lesão no pé esquerdo e terá que passar por cirurgia. Sua equipe ficará ainda mais limitada. Qualquer tropeço nos próximos jogos pode selar a passagem do treinador pelo Gigante da Colina.
O Fluminense, que começou bem sob o comando de Odair Hellmann, já colocou o treinador na berlinda. A eliminação precoce na Sul-Americana diante do modesto Unión La Calera, do Chile, pegou muito mal para o treinador, que já entra pressionado no próximo confronto de mata-mata do Tricolor, que acontece nesta quarta-feira (25) diante do Moto Club pela Copa do Brasil.
Sâo Paulo
Atual vice-campeão brasileiro, o Santos não conseguiu manter Jorge Sampaoli e foi atrás de um novo gringo para chamar de seu. Trouxe o português Jesualdo Ferreira, que até agora, apesar de líder de seu grupo no Paulistão, não agradou muito. Resultado: o Comitê de Gestão do clube alvinegro já foi ao presidente e pediu a cabeça do treinador. A pressão foi tanta, que o mandatário José Carlos Peres sinalizou que decidirá em breve sobre o técnico que foi anunciado no dia 23 de dezembro e chegou ao Brasil com pouquíssimo conhecimento do elenco e do estilo competitivo dos torneios locais. Enfim, pelo andar da carruagem não terá nem tempo de se adaptar.
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E o Corinthians? No Timão, o técnico Tiago Nunes e o elenco se reapresentaram na manhã desta segunda-feira (24), e o treinador já tomou um enquadro diretoria antes mesmo do treinamento começar. Tiago foi chamado pelo presidente Andrés Sanchez e mais dois diretores. Não precisa ser gênio para saber do que se trata. O time paulista foi eliminado na Pré-Libertadores pelo Guaraní-PAR e perdeu para o Água Santa, pelo Paulistão, competição onde o clube tem um aproveitamento de apenas 38% e se encontra na vice-liderança do Grupo D. Se os resultados não aparecerem em breve, o badalado técnico, que chegou após uma ótima temporada à frente do Athletico-PR, será mais um a engrossar a lista dos desempregados.
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