O momento do Flamengo é de caça às bruxas. Não tem jeito! São três fracassos (Supercopa do Brasil, Mundial de Clubes e Recopa Sul-Americana) e todos querem encontrar os culpados para o decepcionante início de ano do clube rubro-negro. Com exceção do Palmeiras, um rival à altura do time carioca, todos os outros times (Al Hilal e Independiente del Valle) que colocaram o Flamengo de Vitor Pereira no bolso são limitadíssimos. O que faz com que essas derrotas sejam doloridas e obviamente muito questionadas.
Acontece, que de 2019 para cá, o Flamengo subiu de patamar. E com isso também sobe o nível de cobrança. Se voltarmos pouco no tempo, só até novembro de 2022, já seria inimaginável o time perder da forma que vem perdendo: sem padrão tático, sem organização, com seus jogadores de meio-campo espaçados e muitas vezes parecendo um bando em campo.
A desorganização em vários níveis começa no alto escalão do clube. Está claro que a diretoria errou em muitas decisões: trocou o treinador no momento errado, e ainda escolheu um técnico que só poderia começar a trabalhar em janeiro com pouquíssimo tempo com os jogadores já na beira de jogos importantes, e que ao que tudo indica não tem perfil para tirar o melhor desse elenco. Isso sem contar as férias infinitas que os jogadores tiveram. E também faltou movimentação eficiente no mercado da bola para quem queria encarar o Real Madrid.
Dentro das quatro linhas, Vitor Pereira se mostra perdido com esse elenco. Estéril de ideias, seu time tenta fazer várias funções sem organização suficiente para tal. Ensaia marcar pressão, mas não consegue, tenta trabalhar a bola pelo meio, mas os jogadores estão distantes. O espaço no meio-campo do Flamengo na derrota para o Independiente del Valle beirou o ridículo em alguns momentos. Restou levantar dezenas de bolas na área para ver o que acontecia. Pouco, muito pouco para quem tem esse elenco.
Já alguns jogadores chegaram a um nível de idolatria que são considerados intocáveis no clube. É algo inadmissível, pois faz o time refém de seus grandes momentos. Mesmo quando estão mal são raramente substituídos. É o caso do quarteto formado por Everton Ribeiro, Arrascaeta, Pedro e Gabigol. Mas para isso também é preciso ter peças de reposição à altura, o que não acontece em todas as posições e provoca também um grande dilema.
Potencial para melhorar tem, mas é hora de juntar os cacos e rever conceitos. Domingo (5) tem clássico contra o Vasco. Uma derrota pode azedar ainda mais o ambiente.
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