Reta final do Brasileirão, Vasco e Internacional se enfrentam pela 36º rodada da principal competição do futebol nacional. A três rodadas do fim, a realidade do campeonato é de disputa acirrada pela liderança e desespero na luta contra o rebaixamento. A partida deste domingo (14), em São Januário, que foi vencida pelos colorados por 2 a 0, influenciava nas duas extremidades da tabela, e em seu primeiro lance importante, presenciamos um atestado de incompetência arbitragem brasileira.
Aos 9 minutos, o Colorado abre o placar em cabeçada de Rodrigo Dourado, mas existe a possibilidade de impedimento no lance. O árbitro Flávio Rodrigues pede o auxílio do VAR, já que o protocolo relata que todo gol deve ser checado, mas a equipe que comanda a ferramenta de vídeo não conseguiu analisar o lance devido a um problema com o programa que estabelece as linhas e determina se existe ou não o impedimento. Sem a ajuda da tecnologia, a decisão do campo se tornou soberana e o gol foi validado.
A essa altura do campeonato é inadmissível que uma partida do Brasileirão seja iniciada sem a certeza de que todos os equipamentos estejam funcionando perfeitamente. O gol, fundamental para a vitória do Internacional, que manteve o time à frente do Flamengo e tem um peso importante para a competição, foi validado mesmo sob a dúvida de ter sido legal. E tudo isso por uma falha da equipe de arbitragem que não identificou o problema antes do confronto.
O erro crasso que ocorreu em São Januário se junta a outros tantos que aconteceram ao longo do Campeonato Brasileiro, mesmo com o auxílio do vídeo. Não há uma rodada do Brasileirão em que a arbitragem não se torne protagonista. O VAR, recurso mais que necessário ao futebol, consegue ser mal utilizado por aqui e trazer mais dúvidas do que soluções.
Para complementar a trágica tarde da equipe de arbitragem. O juiz Flávio Rodrigues assinalou um pênalti no mínimo muito discutível no atacante Germán Cano. O atacante vascaíno chutou o chão, mas o árbitro marcou penalidade do zagueiro Victor Cuesta e ainda deu cartão amarelo para o zagueiro, que agora está suspenso do jogo contra o Flamengo no próximo domingo (21). Na súmula da partida, Flávio Rodrigues teve a coragem de escrever: "Nada houve de anormal" na parte de observações eventuais.
Alguns vão dizer que o jogo terminou em 2 a 0 para o Inter e que ainda que o gol fosse invalidado, o Colorado sairia de campo com a vitória. Argumento raso e que não reflete o que acontece dentro de campo. O gol logo no início obriga as estratégias das equipes a serem alteradas imediatamente, além de influenciar psicologicamente os jogadores em campo: positivo para um lado e negativo para outro. Certamente as posturas seriam diferentes com o jogo empatado. O erro foi grave e já influenciou o resultado final do campeonato.
BRIGA ENTRE VASCO E CBF
Mais em forma de protesto e também para dar uma resposta ao seu torcedor, o Vasco informou que seu departamento jurídico já preparou um pedido de anulação da partida, já que o clube entende que foi prejudicado pelo não uso do árbitro de vídeo no lance que resultou no primeiro gol do Internacional. Entretanto, a solicitação cruz-maltina não deve ser aceita pela CBF, que até hoje não anulou nenhum jogo por causa de um erro de arbitragem ou falha do VAR.
No fim da noite deste domingo, a Comissão Nacional de Arbitragem da CBF se manifestou por meio de nota e declarou que "não foi constatado nenhum erro claro". A entidade chegou a pedir esclarecimentos sobre a falha técnica para a empresa Hawk-Eye, responsável pela operação dos equipamentos do VAR, mas confirmou que mesmo sem a confirmação da ferramenta, a equipe responsável pelo VAR avaliou o lance e não constatou erro. Uma discussão que deve se resolver em alguns dias, mas que independente do resultado, escancarou mais uma vez as deficiências da arbitragem brasileira.
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