A declaração do zagueiro Piqué após a humilhação sofrida para Bayern de Munique é muito forte: "Se tiver que sangrar, eu sou o primeiro a sair e deixar o clube", desabafou. A afirmação retrata a crise que vive um gigante do futebol mundial. Um time do calibre do Barcelona não pode perder de 8 a 2 para nenhum rival. O que aconteceu diante do esquadrão alemão, na tarde desta sexta-feira (15) em uma das quartas de final da Liga dos Campeões entrou para a história. Um feito monumental para o Bayern, e uma tragédia para o Barça.
A goleada sofrida para o Bayern entra na lista das últimas eliminações traumáticas na Liga dos Campeões: 4 x 0 Liverpool (2018/2019), 3 x 0 Roma (2017/2018) e 3 a 0 Juventus (2016/2017). O que deixa claro que a equipe que tem em Messi sua maior estrela está em declínio. Em meio ao jejum do principal torneio europeu, os títulos do Campeonato Espanhol ainda funcionaram como uma cortina de fumaça para a dura realidade. Mas essa temporada sem títulos e com um futebol fraquíssimo dentro da filosofia de jogo catalã escancaram que chegou o tempo da reconstrução.
Diante do Bayern o Barcelona praticamente não ofereceu resistência. Os alemães, donos do melhor ataque da temporada, não tiveram dificuldades para chegar à rede. Foram quatro gols em cada tempo e ainda ficou barato. Foi impossível não lembrar do fatídico 7 a 1 que o Brasil sofreu para a Alemanha. Principalmente com Müller, Neuer e Boateng em campo. O Barça sofreu um apagão e foi atropelado. Um time apático e irreconhecível.
Entretanto, o resultado elástico também reflete como o time vinha mal nos últimos jogos, mas conseguia viver à sombra dos lances geniais de Messi, um dos maiores jogadores da história do futebol. Mas dessa vez, nem ele foi capaz de resolver. O experiente elenco já não responde mais com a intensidade necessária, os mais novos ainda não estão preparados para o desafio que o clube representa. Soma-se a isso o fraquíssimo trabalho do técnico Quique Setién, que não conseguiu fazer o time evoluir. Isso não justifica a humilhação, mas os sinais de fragilidade já estavam aí.
Por tudo isso, como Piqué já colocou, será preciso sangrar. Um gigante como o Barcelona precisa dar uma resposta ao seu torcedor, logo a reconstrução é inevitável. Resta saber quem a diretoria vai cortar, pois candidatos não faltam. Entre os mais experientes, Piqué, Jordi Alba, Busquets, Vidal, Rakitic e Suárez, este apesar do golaço de hoje, não vem respondendo há um tempo como o Barça precisa. Então estão entre possíveis jogadores a serem sacrificados. Entre os mais novos, Semedo e Lenglet não acrescentam muito. Já De Jong tem potencial e deve continuar. E outros talvez tenham mais uma chance de mostrar trabalho. Casos de Griezmann e Dembélé.
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Craque do time, Messi é a maior incógnita deste elenco para a próxima temporada. No mercado europeu há dezenas de rumores que o atacante está insatisfeito na equipe, não se deu bem com o treinador e já teria até comprado uma cobertura em Milão, indicando uma suposta negociação com a Internazionale. Nada ainda concreto, mas a possibilidade dessa ter sido a última partida do argentino com a camisa do Barcelona. Se sua história com o Barça não chegar ao fim, certamente a dessa geração que foi embalada lá atrás por Guardiola certamente chegará.
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