O fim de tarde deste domingo (2) jamais será esquecido por rubro-negros e cruz-maltinos. De um lado o êxtase e do outro a vergonha. Uma goleada acachapante como a que foi vista no Maracanã fala muito mais sobre quem perde do que de quem ganha. Mérito e competência do Flamengo, mas do outro lado do gramado um Vasco sem futebol, sem alma e sem sangue, que foi humilhado pelo seu maior rival. 6 a 1 não é, e nunca será um placar normal, porém esse resultado representa justamente o abismo que existe entre os times hoje, mas que foi sendo construído ao longo dos últimos anos.
A última vez que o Vasco venceu o Flamengo pelo Campeonato Brasileiro foi em um distante 2015. De lá para cá, o time cruz-maltino pouco conseguiu fazer frente ao Rubro-Negro. Anos e anos de péssimas gestões, descaso total com o futebol em troca de poder político nos bastidores e três disputas na segunda divisão do futebol brasileiro. Enquanto isso, viu o rival crescer como clube, se fortalecer financeiramente, ser capaz de grandes contratações e empilhar títulos.
Vale destacar aqui que dinheiro não é o único problema. Apesar de não ter o poderio financeiro do Flamengo, desde a constituição de sua SAF, o Vasco não é nem de longe um pobre coitado. Entretanto, o que adianta ter recursos e não saber utilizá-los. Nos últimos dois anos, o Cruz-Maltino injetou mais de R$ 200 milhões no time, mas montou elencos fraquíssimos. Os últimos diretores de futebol acumularam contratações caras e com pouquíssimo resultado dentro de campo.
Junto aos anos de bastidores conturbados e da falta de competência na montagem do elenco está a mentalidade perdedora que o Vasco assumiu. Parece que nada mais envergonha a instituição. Eternas disputas sempre nas partes baixas da tabela, seguidas participações na Série B do Campeonato Brasileiro, goleadas e mais goleadas sofridas sem a menor vergonha na cara, como o 4 a 0 para o Criciúma em pleno São Januário, e agora a maior derrota já sofrida na história para o Flamengo.
Falar especificamente sobre as atuações dentro de campo é chover no molhado. O Vasco hoje tem um time patético e sabe que o Flamengo é superior. Esse Vasco já deu sinais neste ano. Foi amassado pelo Nova Iguaçu nas semifinais do Campeonato Carioca, sofreu um absurdo para avançar na Copa do Brasil sobre Água Santa e Fortaleza. Foi pior que os adversários nas duas ocasiões, mas as classificações mascararam os desempenhos abaixo da média. Esse time foi goleado pelo Criciúma dentro de casa e agora culminou em ser massacrado pelo Flamengo. Os sinais estavam todos aí desde o começo do ano, mas a 777 partners, a diretoria da SAF ou do clube associativo, seja lá quem são os respontáveis pelo futebol do clube, insistem em não ver o óbvio: com esse time não dá.
Alguns jogadores que estiveram em campo no clássico, como Maicon e Galdames, sequer têm condições de vestir a camisa do Vasco. Outros se esforçaram, mas também não possuem condições técnicas. Coitados de Léo Jardim, Payet e Vegetti. Mas sobretudo, o que mais incomoda o torcedor é um time sem reação. Diante do Flamengo, após sair na frente, e sofrer uma rápida virada devido a algumas falhas individuais, o psicológico do time despencou. Com um a menos, o Cruz-Maltino volta para a segunda epata completamente abalado. Sem qualquer sinal de luta ou vontade de ao menos ter uma apresentação digna. Um time entregue, jogadores com a derrota no semblante. E isso é inadmissível no futebol.
Álvaro Pacheco estreou e já entrou para a história do Vasco, da pior maneira possível, mas já viveu um dia histórico. É o menor dos culpados, mal conhece o elenco. Vai ter que mostrar muito trabalho para fazer esse elenco competitivo, isso se tiver tempo para isso depois dessa tragédia. O futuro do Vasco não é nada bom.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.