Na última semana de outubro tive a satisfação de ser convidado pela concessionária Toyota de Vitória a testar o Corolla GR-S modelo 2023. Confesso que fiquei bastante animado com essa experiência, visto que, como especialista do mercado automotivo com vivência de 16 anos nesse segmento, sou bastante crítico com a unanimidade relacionada a qualquer modelo de carro. Por melhor que seja qualquer modelo, ele sempre apresentará algum ponto fraco, evidenciando algum ponto forte de um concorrente direto.
Digo isso, pois, a Toyota é a marca de carros mais vendida no mundo, tendo o Corolla como veículo mais vendido e, como consequência, o carro mais vendido do mundo. Como consequência, existe uma legião de consumidores assíduos desse modelo, que se fecham para qualquer outra oportunidade que o mercado oferece e que, muitas vezes, para determinado tipo de uso, pode até atender melhor.
Friso que não estou aqui cometendo a loucura de questionar o inquestionável modelo da Toyota, até porque um veículo que tem o sucesso e recorrência de bastante consumidores, por tantos e tantos anos, obviamente, não é ruim.
Voltando ao tema principal desta coluna, que foi a minha experiência com o Corolla GR-S, vale lembrar que a sigla GR significa Gazoo Racing, que é a divisão esportiva da Toyota e S significa Sport. Tive uma ótima surpresa com o modelo.
De maneira até maldosa, o Corolla tem fama no mercado de ser um carro para “vovô”, tendo até o apelido de “vovôrolla”. Se para as versões convencionais essa fama é injusta, principalmente considerando o design moderno do atual modelo, quando falamos da versão GR-S isso fica ainda mais sem sentido, já que, esteticamente, o veículo traz em todos os aspectos bastante esportividade.
Design e acabamento
Na parte externa, o destaque é o aerofólio traseiro e o teto na cor preta. E na parte interna, os destaques são os bancos em couro com acabamento aveludado, sempre na cor preta com costuras vermelhas. Além disso, o forro do teto também é preto, evidenciando esse aspecto de esportividade.
Um quesito que me surpreendeu e que sempre considerei que a Toyota pecava em relação ao Corolla é sobre o acabamento interno. Nesse modelo, achei simplesmente impecável o acabamento, com detalhes revestidos em couro no painel e portas. E quando se tem algo em plástico, o material é em black piano, gerando sofisticação que combina muito bem com toda a esportividade do carro. O que faltou internamente foi um teto solar, que casaria com a esportividade que o veículo busca entregar.
Vale frisar também que, além da exclusividade do modelo ser esportivo, cada veículo produzido vem com uma plaquinha com o número de produção do carro. Nesse caso, eu dirigi o carro de número de produção 3.129.
Falando da condução em si, gostei bastante do motor 2.0 aspirado com injeção direta. Ele gera até 177 cavalos de potência e um bom torque de 21,4 kgfm, número muito bom por se tratar de um veículo equipado com motor com aspiração natural e não com turbocompressor.
Um ponto fraco da condução é o câmbio CVT que simula troca de 10 marchas, que não entrega nenhum pouco de esportividade, mas tem como ponto forte o conforto. Contudo, quando falamos de veículos desse estilo, a expectativa é de uma condução esportiva com a relação câmbio/motor entregando isso. O que não ocorreu nesse caso, visto que o câmbio CVT não tem essa proposta, prejudicando a performance muito boa do motor.
Ainda falando da condução, escolhi o trajeto de Vitória até Colatina via BR-101, entrando em João Neiva, sentido Colatina. É um trajeto que conta com bastante curvas e, nesse aspecto, mais um ponto muito bom do Corolla, que gera conforto para todos ocupantes do carro. Além de segurança nas curvas, pois além de possuir controle de tração e estabilidade, o veículo vem equipado com suspensão dianteira independente McPherson e suspensão traseira também independente multlink, gerando assim bastante estabilidade e firmeza.
Conectividade e tecnologia
Outro quesito que gostei bastante foi em relação à conectividade e à tecnologia. A central multimídia vem com Apple Car Play e Android Auto com conexão sem a necessidade de cabo. E o veículo possui carregador por indução. Outro aspecto bastante legal do carro é o assistente de condução que avisa quando o veículo começa a sair da faixa lateral e central das rodovias, além do sensor de ponto cego localizado nos retrovisores externos.
Em relação ao consumo, o veículo fez a média na rodovia comigo de 11,7 km por litro. Número muito bom, visto que meu intuito nesse trajeto foi testar o motor em relação a torque e potência. Sendo assim, o carro foi conduzido por mim o tempo todo em modo Sport e não no modo Eco, que é a opção para baixo consumo de combustível.
Meu veredito final é que o Corolla GR-S entrega sim uma boa experiência. Mas vale ficar atento à expectativa de condução, visto que o design, acabamento e acessórios do veículo sugerem uma experiência bastante esportiva em todos os quesitos.
Toyota Corolla GR-S 2023
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