Que o mercado automotivo passa por uma montanha-russa relacionada aos preços é sabido pela grande maioria dos consumidores. Esse cenário é uma consequência da pandemia do coronavírus, que provocou a falta de chips e semicondutores, o que gerou escassez de produtos no mercado, além, é claro, das estratégias das montadoras em acabar com os carros populares no mercado brasileiro.
Uma situação 100% recorrente no mercado, mesmo antes da pandemia, é como calcular quanto vale um carro usado ou seminovo no mercado automotivo. Esta dúvida é tão frequente que recentemente dei uma entrevista ao Bom Dia ES, da TV Gazeta, justamente sobre o assunto.
Inclusive, sendo bem sincero com você amigo leitor, essa dúvida é recorrente até para quem trabalha no mercado automotivo. Sim, concordo que é meio estranho, mas é um fato. Aliás, quem gera essa dúvida na cabeça do consumidor é exatamente quem compra e vende carros.
Mas não se preocupe, estou aqui para eliminar essa questão da sua cabeça. Para esclarecer esse tema, preciso dividir esse assunto em dois textos e a coluna de hoje é para falar sobre a história e a função da famosa Tabela Fipe.
Afinal de contas, o que é e para que serve efetivamente a Tabela Fipe? Para fazer essa explicação, vou te contar a sua origem.
A Fipe surgiu em 1973 e foi criada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas com intuito de auxiliar a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. Esse órgão presta serviços para empresas privadas e também para o governo. E tem como principal produto para essa prestação de serviço a Tabela Fipe.
Ok, mas como a Tabela Fipe serve como um produto? Um exemplo claro é que a arrecadação de Imposto Sobre Propriedade de Veículo Automotor (IPVA) pelos estados é 100% baseado pelo preço da Tabela Fipe. Além disso, a maioria das financeiras e seguradoras usam a Tabela Fipe como referência de preço dos veículos, inclusive para os que são zero quilômetro.
Dito isto, se a Tabela Fipe serve como base para várias financeiras, seguradoras e para arrecadação do IPVA, por que você não pode usá-la como base? Simplesmente porque ela não considera aspectos fundamentais na precificação de um veículo, como podemos observar nos tópicos abaixo:
- Tipo de uso (carro de locadora, de trabalho, etc);
- Mercado local (picapes, por exemplo, são supervalorizadas nas regiões Centro Oeste e Norte do país);
- Originalidade do veículo (veículo já foi batido, retocado ou tem sua pintura 100% original?);
- Quilometragem do veículo;
- Manutenções;
- Se o veículo em questão está sendo negociado por uma revenda ou por pessoa física;
- Quantidade de donos.
Percebe como vários aspectos precisam ser considerados para se precificar um automóvel?
Não estou aqui dizendo que você não deve consultar a Tabela Fipe quando for pesquisar o preço de um carro, mas estou dizendo que ela não pode ser a principal fonte de pesquisa e muito menos a mais considerada.
Na próxima semana eu te explico como você deve precificar seu carro e como você deve fazer uma pesquisa para quando for vender ou trocar seu veículo. Com as minhas dicas, você saberá identificar o preço do automóvel da maneira mais próxima possível da realidade.
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Até semana que vem!
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