A coluna traz uma análise do mercado automotivo, com tendências do segmento, panorama, dicas e orientações. Tem como público-alvo o cliente que compra carro, quer trocar de veículo ou quer tirar dúvida sobre a manutenção desse bem, além de leitores apaixonados pelo tema. O perfil nas redes sociais é @gabrieldeoliveirapersonalcar

A verdade sobre a utilidade da Tabela Fipe

Uma situação 100% recorrente no mercado automotivo é como calcular quanto vale um carro usado ou seminovo. Essa dúvida, inclusive, também faz parte do dia a dia de quem trabalha diretamente no segmento

Vitória
Publicado em 28/04/2022 às 01h59
A maioria das financeiras e seguradoras usam a Tabela Fipe como referência de preço dos veículos, inclusive para os que são zero quilômetro.
A maioria das financeiras e seguradoras usam a Tabela Fipe como referência de preço dos veículos, inclusive para os que são zero quilômetro. Crédito: Shutterstock

Que o mercado automotivo passa por uma montanha-russa relacionada aos preços é sabido pela grande maioria dos consumidores. Esse cenário é uma consequência da pandemia do coronavírus, que provocou a falta de chips e semicondutores, o que gerou escassez de produtos no mercado, além, é claro, das estratégias das montadoras em acabar com os carros populares no mercado brasileiro.

Uma situação 100% recorrente no mercado, mesmo antes da pandemia, é como calcular quanto vale um carro usado ou seminovo no mercado automotivo. Esta dúvida é tão frequente que recentemente dei uma entrevista ao Bom Dia ES, da TV Gazeta, justamente sobre o assunto. 

Inclusive, sendo bem sincero com você amigo leitor, essa dúvida é recorrente até para quem trabalha no mercado automotivo. Sim, concordo que é meio estranho, mas é um fato. Aliás, quem gera essa dúvida na cabeça do consumidor é exatamente quem compra e vende carros.

Mas não se preocupe, estou aqui para eliminar essa questão da sua cabeça. Para esclarecer esse tema, preciso dividir esse assunto em dois textos e a coluna de hoje é para falar sobre a história e a função da famosa Tabela Fipe.

Afinal de contas, o que é e para que serve efetivamente a Tabela Fipe? Para fazer essa explicação, vou te contar a sua origem.

A Fipe surgiu em 1973 e foi criada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas com intuito de auxiliar a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. Esse órgão presta serviços para empresas privadas e também para o governo. E tem como principal produto para essa prestação de serviço a Tabela Fipe.

Ok, mas como a Tabela Fipe serve como um produto? Um exemplo claro é que a arrecadação de Imposto Sobre Propriedade de Veículo Automotor (IPVA) pelos estados é 100% baseado pelo preço da Tabela Fipe. Além disso, a maioria das financeiras e seguradoras usam a Tabela Fipe como referência de preço dos veículos, inclusive para os que são zero quilômetro.

Dito isto, se a Tabela Fipe serve como base para várias financeiras, seguradoras e para arrecadação do IPVA, por que você não pode usá-la como base? Simplesmente porque ela não considera aspectos fundamentais na precificação de um veículo, como podemos observar nos tópicos abaixo:

  • Tipo de uso (carro de locadora, de trabalho, etc);
  • Mercado local (picapes, por exemplo, são supervalorizadas nas regiões Centro Oeste e Norte do país);
  • Originalidade do veículo (veículo já foi batido, retocado ou tem sua pintura 100% original?);
  • Quilometragem do veículo;
  • Manutenções;
  • Se o veículo em questão está sendo negociado por uma revenda ou por pessoa física;
  • Quantidade de donos.

Percebe como vários aspectos precisam ser considerados para se precificar um automóvel?

Não estou aqui dizendo que você não deve consultar a Tabela Fipe quando for pesquisar o preço de um carro, mas estou dizendo que ela não pode ser a principal fonte de pesquisa e muito menos a mais considerada.

Na próxima semana eu te explico como você deve precificar seu carro e como você deve fazer uma pesquisa para quando for vender ou trocar seu veículo. Com as minhas dicas, você saberá identificar o preço do automóvel da maneira mais próxima possível da realidade.

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Até semana que vem! 

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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