A decisão da Ford de encerrar a fabricação de carros no Brasil foi uma surpresa para muitos consumidores. Segundo a montadora, a pandemia derrubou as vendas e ampliou os prejuízos que já vinham sendo registrados pela marca com as operações no país. Com essa situação, a marca passará a vender aqui apenas modelos fabricados em outros países focando apenas nos utilitários/SUVs como a Ford Ranger, o Ford Territory e o Ford Bronco, além do Ford Mustang que é um clássico “Muscle Car” superesportivo da marca.
O fim da fabricação no Brasil tem gerado muitas dúvidas naqueles que já possuem um carro da marca ou estão pensando em aproveitar o momento para adquirir um. Dentre as dúvidas, uma das mais comuns é a respeito do risco de maior perda de valor de mercado desses modelos.
De fato, uma depreciação mais acentuada irá ocorrer – como já vem ocorrendo – em um primeiro momento. Afinal, é bom lembrar que, além da saída do país, os modelos disponibilizados hoje também estão saindo de linha, o que também gera desvalorização. Essa depreciação no preço médio é puxada pela própria desconfiança dos consumidores, que, temendo a perda de valor, tentam se desfazer dos modelos da marca ou deixam de comprá-los, o que faz os preços caírem. Nesse contexto, as concessionárias se veem obrigadas a oferecer descontos mais atrativos para desovar seus estoques, fazendo com que o valor caia ainda mais.
Contudo, é importante destacar que, passados dois ou três anos, o impacto causado pelo anúncio do fim da produção nacional tende a ser neutralizado e, consequentemente, os preços também tendem a seguir sua evolução normal. Logo, ter esse contexto de desvalorização e futura estabilização dos valores é algo a ser considerado hoje por aqueles que pensam em adquirir algum veículo da marca.
Vale lembrar também que a Ford não está saindo do Brasil, mas apenas deixando de fabricar carros no país. Ou seja, a marca irá manter sua operação comercial, agora com foco em modelos de maior valor agregado como citado no início dessa coluna.
Diante disso tudo, caberá à montadora norte-americana o esforço para cuidar de sua própria imagem no mercado neste momento para que uma maior rejeição futura não aconteça por parte dos consumidores nacionais.
Por fim, a orientação que posso dar para quem tem um veículo da marca é que não se afobe para sair de seu carro e que, mais do que em qualquer outro momento, cuide das manutenções preventivas de seu veículo, pois além de evitar dores de cabeça com a mecânica do carro, com certeza ajudará numa venda/troca futura visando uma menor depreciação.
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