Na última semana, o assunto mais falado no mercado automotivo foi a campanha publicitária da Volkswagen referente ao Polo, que contou com um casal gay no comercial.
Para que você tenha noção, somente o fato de eu me posicionar em meu perfil do Instagram foi motivo para que mensagens de ódio e ofensivas chegassem em meu aplicativo de mensagens.
Mas será que a marca alemã é a única a se posicionar sobre esse assunto tão polêmico? Vale abordar esse assunto com intuito de vender?
Na coluna de hoje vamos conversar sobre o resultado prático dessa campanha publicitária, meu posicionamento em relação ao público LGBTQIA+ no mercado automotivo e até no mundo automobilístico e já adianto que, na verdade, esse tipo de ação de marketing, além de não ser novidade, é comum entre algumas marcas de automóveis.
Vamos começar pelo terceiro item citado no parágrafo acima.
Em 2019, o designer e ativista Jonathon Adler criou uma estampa customizada para o BMW M850i conversível. O série 8 conversível da marca alemã foi usado em junho de 2019 no evento WorldPride, que aconteceu na cidade de Nova York e é um evento da comunidade LGBTQIA+.
Outra marcas que já aderiram a causa LGBTQIA+ são a Porsche e a Bentley.
Em 2020, as marcas fizeram ações em apoio ao evento Christopher Street Day, que ocorre todo ano nas ruas de Berlim. Nessa ocasião, a Porshe, por exemplo, associou o modelo 911 e alguns de seus funcionários ao evento. Os veículos estavam expostos lado a lado em alusão a um arco-íris de seis cores e os funcionários trajavam t-shirts com arco-íris estampados.
Nesse mesmo evento, a marca inglesa Bentley revelou um Continental GT Convertible pintado com as cores de um arco-íris.
Mas será que ações como essas são na verdade vantajosas comercialmente para as marcas?
Analisando a ação publicitária do Polo é certo que comercialmente a Volkswagen acertou em cheio.
De acordo com o Mercado Livre, a busca pelo modelo zero quilômetro cresceu 31% entre abril e maio deste ano comparado com o ano passado. Considerando o modelo seminovo, esse número é ainda maior representando um crescimento de 40% nas pesquisas.
Em relação a minha opinião, é certo que atitudes como essas geram resultado comercial prático, pois estamos falando de um público com ótimo poder de compra.
Mas sendo bem sincero com você, companheiro apaixonado por carros, o que mais vale de todo esse assunto é a quebra de paradigma.
É fato que, apesar de ser primitivo, o preconceito ainda existe de maneira forte em nossa sociedade. No meio automobilístico e no mercado automotivo existe sim um machismo enraizado. Tenho certeza que você já ouviu alguém dizer que o carro "x" está todo ralado porque "é carro de mulher".
Como disse em meu Instagram, parabenizo fortemente a coragem e visão dessas marcas. Carros são bens de consumo para todas as pessoas, independentemente de cor, orientação sexual, etc. Infelizmente, não posso dizer que é algo acessível para todas as classes sociais. E esse sim é um motivo relevante para gerar descontentamento nas pessoas, o preço absurdo que pagamos nos automóveis no Brasil.
Fica a reflexão em relação ao que é realmente importante discutirmos.
Até semana que vem!
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