Já passei dicas importantes para que você faça um bom negócio visando a compra de um carro usado ou seminovo. Inclusive, dentre as precauções, é fundamental conferir a procedência e qualidade desse tipo de veículo nessa modalidade de compra.
Para atender a essa demanda e pelo fato dos Detrans terceirizarem suas vistorias para transferências de propriedade, várias empresas que prestam tanto esse serviço quanto a vistoria cautelar surgiram nos últimos anos.
A vistoria cautelar serve para verificar se o veículo tem retoque de pintura, alguma adulteração de chassi e numeração de motor, numeração nos vidros dos carros, avaliar se o veículo levou alguma batida, além de conferir a documentação para saber se há alguma restrição no automóvel.
Inclusive, já existiam empresas que ofereciam esses serviços no Espírito Santo, antes mesmo da terceirização por parte do Detran, sendo elas pioneiras nesse tipo de trabalho a nível nacional.
Contudo, muitas empresas, infelizmente, banalizaram esse tipo de vistoria. Seja por conta da alta demanda gerada pelo Detran, seja pela necessidade de o consumidor buscar informações sobre os carros que estão negociando.
Tenho dois exemplos para mostrar esse tipo de situação:
Exemplo de vistoria com problemas
JEEP RENEGADE
Há alguns meses, fui fazer uma avaliação de um Jeep Renegade seminovo em uma concessionária de veículos zero quilômetro que possui o setor de seminovos. O carro era bem novinho, tinha apenas 19 mil quilômetros rodados.
No excelente atendimento que recebi da vendedora, que me apresentou informações que serviram para complementar minha avaliação do veículo, ela me apresentou também um laudo cautelar que dizia que o veículo em questão não possuía nenhum retoque de pintura.
No entanto, ao realizar minha avaliação, identifiquei retoque de pintura no capô do carro. Ou seja, a informação que estava naquele laudo era errada. Com isso, pedi para chamar o responsável pelas avaliações dos carros envolvidos nas trocas dos veículos zero quilômetro e ele mesmo me confirmou que o veículo tinha sim o retoque que relatei, ao fazer uma segunda análise.
Na minha avaliação, até aprovei o veículo e recomendei a compra para o cliente. O problema é que se fosse um consumidor que não tivesse esse conhecimento técnico, teria comprado o carro achando que o mesmo era uma coisa, mas que na verdade não era.
VENDA CASADA
Outro problema que tive recentemente foi em uma consulta feita por uma empresa que também possui laudo cautelar, realizada por meio de um sistema. Nela, apareceu uma informação alertando para a necessidade de uma vistoria cautelar.
Ficou claro para mim que a intenção nesse caso era fazer uma venda casada. Visto que o veículo em questão não apresentava nenhum risco relacionado à procedência para que essa vistoria fosse feita. Contudo, ao aparecer esse alerta o cliente pagou pela vistoria cautelar “recomendada” pelo sistema.
Vistoria cautelar feita de forma correta
Perceba que estou relatando duas situações sérias e graves. Visto que empresas que oferecem esse tipo de informação precisam na verdade gerar informação de confiança, imparcial e transparente, justamente para trazer segurança para você, consumidor.
Sendo assim, minha dica para você que quer comprar um carro usado ou seminovo é contratar uma consultoria de compra ou ter com você, no ato da compra, uma pessoa de confiança e que tenha conhecimento comprovado suficiente para auxiliar na sua compra.
Esse profissional deve saber identificar originalidade da pintura e estrutura do veículo em questão, ter noção de mecânica, e saber, inclusive, verificar se o veículo sofreu algum tipo de dano causado por enchente. Vale frisar que a vistoria cautelar não verifica se o carro já esteve ou não numa enchente, por exemplo.
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