Inúmeras pesquisas indicam que os brasileiros nascidos neste século não cultivam o sonho de adquirir um carro novo como seus pais e avós. Os jovens de 20 anos já não possuem tanta pressa em tirar a carteira de motorista (CNH) e estão cada vez mais interessados nas alternativas de mobilidade urbana.
Metrô, ônibus, Uber, bicicleta, patins. Inúmeras são as opções. Para a geração nascida neste século, o desapego material não é um drama. Uma pesquisa da Deloitte mostrou que 62% dos jovens preferem abrir mão da compra de um carro para utilizar os serviços de transporte por aplicativo.
De acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave), a venda de veículos cresceu mais de 8%, motivada justamente pelo crescimento da demanda por serviços de aplicativos.
Na contramão, não podemos negar que a população acima de 30 anos tem ou gostaria de ter um carro novo. Seja por status social, comodidade ou paixão... Para muitos, comprar um carro será o maior gasto num determinado momento da vida e isso ainda é um sonho.
Ainda assim, será no dia a dia que o proprietário descobrirá o montante gasto com as despesas: manutenção, combustível, IPVA, licenciamento... Além disso, ainda poderá haver custos não previstos e com valores significativos, decorrentes das multas de trânsito.
O que isso tem a ver com o mercado imobiliário?
Tudo a ver! Especialmente, quando a compra de um imóvel vira prioridade e não há recursos economizados para viabilizar a entrada mínima de 20%, exigida na maioria dos financiamentos imobiliários.
É fundamental entender que comprar um carro nunca será um investimento patrimonial. As despesas são recorrentes e o bem é desvalorizado ao longo do tempo sem possibilidade alguma de valorização. Engana-se quem acredita que incrementar o carro com acessórios compensará a desvalorização.
Diante disso, retomo a pergunta: devo vender meu carro e usar como entrada em um imóvel?
A resposta é sim! Em qualquer análise financeira, a resposta será unânime, afinal o proprietário trocará o bem que desvaloriza ao longo do tempo por um investimento que perdura no tempo.
Adicionalmente, é preciso considerar que os imóveis tendem a se valorizar ao longo do tempo. Especialmente, se forem comprados na planta. O potencial de valorização será ainda maior (leia o artigo e saiba tudo!).
O único ponto de atenção nesta recomendação é quando o proprietário utiliza o carro como um instrumento para geração de renda. Neste caso, a venda do veículo pode não ser a melhor escolha.
Se o carro, a van ou a moto for utilizado como veículo de trabalho, não faz sentido a venda do bem. Neste caso, a melhor opção será buscar uma renda extra e economizar os 20% necessários para utilizar na entrada do imóvel.
Mais uma vez, reafirmo neste espaço: o corretor tem a missão de orientar o cliente na tomada da melhor decisão. Ser um profissional 4.0 é também saber exercer o papel de educador financeiro do cliente. Literalmente... Entender para atender!
Este vídeo pode te interessar
LEIA MAIS SOBRE O MERCADO IMOBILIÁRIO
Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.