O mercado financeiro passará em breve por uma revolução que promete aumentar a competição entre os bancos, diminuir custos e, principalmente, baratear as principais linhas de financiamento. Para o setor imobiliário, o chamado “Open Banking” pode significar mais um impulso nas vendas, com ganhos para todos os envolvidos. Os clientes terão juros mais baratos, os corretores farão mais negócios e os bancos ampliarão suas carteiras de crédito.
O Open Banking (banco aberto, em inglês) consiste em um conjunto de regras e tecnologias que permitirão que dados, produtos e serviços financeiros dos clientes sejam compartilhados com outras instituições por meio da integração dos dados no sistema. Em outras palavras, com o Open Banking quebra-se o monopólio dessas informações, pois os clientes terão controle sobre os seus dados e poderão compartilhá-los com quem achar que deva compartilhar. Ou seja, com a instituição financeira que melhor oferecer oportunidades e benefícios de pacotes de serviços ou produtos.
O maior desejo do Open Banking é que o cliente tenha controle das suas informações, que tenha autonomia para escolher quando e como quer usar esses dados e com qual instituição participante deseja compartilhar. Lembre-se de que será obrigatório uma manifestação favorável do cliente, junto às empresas que possuem as informações.
E isso afetará positivamente o mercado imobiliário, que ainda vive um cenário de poucas tomadas de decisões orientadas a dados. Ocorre um “resguardo” muito forte dessas informações por parte das empresas e dos profissionais, pela segurança desses dados. “O dado é meu, não compartilho com mais ninguém”, acredito até que seja por medo da concorrência. Entenda de uma vez por todas: esse dado não é seu, é do cliente.
Em uma perspectiva onde somente a instituição financeira X conhecia seus dados, hoje, com esse novo comportamento, com essa quebra de monopólio, o seu cliente poderá receber ofertas de produtos e serviços de tudo que você possa imaginar, de outras instituições, sendo o principal, o crédito. As instituições financeiras estão preparadas para ampliar sua visão para novas perspectivas e possibilidades no mercado financeiro, e este ano foi dada a largada.
A primeira etapa foi a padronização das informações, se não padroniza, não tem como comparar.
A segunda aconteceu agora no mês de agosto, quando os clientes começaram a autorizar o compartilhamento dos seus dados com todo sistema. Na virada de agosto para setembro os bancos poderão começar oferecer crédito e, até o final do ano, será a grande cartada: eles poderão oferecer qualquer produto financeiro (câmbio, dólar, ações) que tenha uma taxa mais atraente para o cliente.
A ideia dessa quebra de monopólio é aumentar a concorrência e você pagar menos. O mercado imobiliário será impactado, como se percebe neste exemplo simples: eu tenho um crédito imobiliário em um banco X que me cobra 10% ao ano. O banco Y vai enxergar uma possibilidade e dizer: eu quero te oferecer o mesmo crédito para o mesmo imóvel por uma taxa de 8% ao ano.
As imobiliárias agora, mais do que nunca, precisam ganhar na corrida. Você ser o dono dos dados não fará de você o melhor, não te dará exclusividade e segurança, o seu diferencial será na prestação de serviço, no atendimento. Agora é: entender para atender para depois vender. Ser único para o seu cliente e não o melhor.
Na virada de chave, o Mercado 5.0 do incluir e conectar nunca se fez tão necessário, agora não é mais atrair novos clientes e sim a retenção dos clientes pela relação de confiança. O banco virou ativo, as instituições financeiras vão até ao cliente.
Fim dos segredos, todos sabem o valor que todos pagam. É preciso se preparar para esse momento, caso contrário, você estará bem atrasado. Comece a se mexer.
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