A variável nada discutida no mercado imobiliário tem nome e é responsável pelo entendimento da dinâmica dos preços. Estoque de imóveis é o nome dela! O funcionamento dessa variável é bem simples: se há mais lançamentos do que vendas, o estoque aumenta e vice-versa.
Já antecipo que, no contexto da pandemia da Covid-19, as vendas dispararam, mas os lançamentos não acompanharam essa demanda e, portanto, o estoque caiu. Segundo o levantamento trimestral, feito em 150 cidades do país pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), no período dos últimos 12 meses (encerrados em mar/2021), tivemos 168.673 unidades residenciais lançadas e 207.946 unidades vendidas.
Esses números significam que a oferta final (estoque) encolheu em 39.273 imóveis. Atualmente, há um estoque nacional de 153.914 unidades, 7,2% menor do que a média dos últimos 12 meses.
E por que os lançamentos não acompanham o ritmo da demanda?
Ocorre que, embora o mercado esteja comprador, os empresários estão assustados com os altos preços dos materiais de construção. Diante disso, preferem adiar os lançamentos a ter de construir prédios com alto custo de matérias-primas que, talvez, não possa ser repassado para o preço final do imóvel.
Fato: não tem muito imóvel sobrando para comprar e a tendência é de diminuição do estoque nos próximos meses.
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) fez uma simulação que ilustra esse cenário e mostra que se nenhum lançamento for realizado e o ritmo de vendas permanecer aquecido, em pouco menos de nove meses, o estoque residencial vai acabar.
Anterior à pandemia da Covid-19, falávamos de 12 meses e houve anos que tivemos uma constância no patamar de 16 meses. Entender essa variável do estoque de imóveis é fundamental para desvendar a tendência dos preços dos imóveis.
O cenário que observamos agora é o de uma tendência de subida dos preços. E tendência é alerta de oportunidade. Portanto, ainda estamos em um momento favorável para o comprador. Explico: nos últimos 12 meses, o preço médio dos imóveis aumentou 4,36%, o que já representa uma tendência de alta. Porém, quando comparado com a inflação oficial de 7,9%, os preços ainda estão defasados.
Na ponta do lápis, os imóveis residenciais tiveram uma queda real (descontada a inflação) de 3,27% nos últimos 12 meses, segundo o Índice FipeZap, que avalia o mercado em 50 cidades brasileiras.
Atenção: em Vitória, ao contrário dos dois maiores mercados do país (São Paulo e Rio de Janeiro), os preços já estão subindo acima da inflação, acumulando alta de 11,44% nos últimos 12 meses.
Então, fica a dica: não há mais tempo a perder! Com estoques em queda no Brasil inteiro, a tendência é de preços em alta, inclusive no Espírito Santo. Agora é a hora para o profissional 4.0 do mercado imobiliário se posicionar como educador do seu cliente e ajudar na tomada da melhor decisão. É entender para atender!
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