A carioca Aparecida Borges, 52 anos, cresceu em Linhares. Aos 17 anos, ela saiu de casa para estudar arquitetura em Vitória. "Perdi meu pai aos 9 anos e minha mãe foi tudo desde então. Ela é muito talentosa e sempre foi criativa e habilidosa, com certeza herdei dela o meu olhar atento ao mundo dos detalhes", conta.
Foi durante a universidade que se aproximou do mundo das artes. Ela dividia apartamento com outras estudantes e uma delas cursava artes plástica na Ufes. "Eu adorava ajudá-la com as tarefas, muitas vezes eu que fazia, para mim era um diversão", lembra.
Depois de décadas se dedicando ao escritório de arquitetura, há dois anos, Aparecida resolveu assistir algumas aulas de aquarela e tirar o material de desenho do fundo do armário. "Venho comprando lápis, pincel, papel e muitos outros materiais durante toda a vida e usando muito pouco. Ao fim das classes de verão que duraram todo o mês de janeiro eu troquei meu celular e resolvi baixar um aplicativo para desenhos de arquitetura, assim eu poderia ler os projetos na palma da mão, em qualquer lugar. Foi assim que descobri um aplicativo da mesma empresa para desenho de arte e encontrei meu mundo". Suas telas fazem tanto sucesso que ela já expôs numa loja de decoração. "Elas são comercializadas e expostas no @studioparehborges e meu escritório agora virou uma espécie de galeria, pois muitas telas ficam expostas lá".
Recentemente, Aparecida foi convidada para assinar uma coleção-cápsula para a marca Nina W, de clutches e acessórios. Ela criou cinco séries - com temas como penas, degradês, camadas, transparências e traços. "É uma coleção que sintetiza as minhas telas. Antes de assinar a coleção Pareh eu havia experimentado estampas para tecidos e camisetas, mas foram apenas experimentos. O encontro com o mundo fashion foi muito gratificante". Numa manhã de quarta-feira, véspera de Natal, Aparecida abriu seu baú para mostrar os objetos que carrega ao longo da vida. Confira.
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01
Guardo com carinho.
O terço da minha avó materna que fica na minha cabeceira. São muitas lembranças, ele na cabeceira dela, as orações diárias, o lugar da fé e o poder da superação e da força que estão ali representados.
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02
Não vivo sem...
Mesmo em um tempo digital não abro mão dos livros. Em casa, adoramos folhear as páginas dos livros, temos uma vasta biblioteca com títulos de arquitetura e artes.
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03
Não dou, não vendo e não troco.
A primeira tela que saiu do mundo digital e veio para o mundo real. Eu a chamo de asas da imaginação. Foi impressa em papel especial na técnica fine art, com tinta mineral em tons de amarelo com verdes e roxos. Foi minha primeira experiência com a minha arte sendo materializada, uma sensação inesquecível. Não tem como se desfazer, é simbólico.
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04
Faz parte da vida.
Tenho um fio de pescoço com muitos berloques pendurados. Nele tem imagem de Nossa Senhora Aparecida, o primeiro dentinho que eu troquei, uma figuinha de coral herdada, um trevo de 4 folhas, um crucifixo. São muitas memórias e muitos momentos da minha vida. Ele está sempre por perto.
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05
Presente inesquecível.
A caixa de lápis aquarela. Ela veio da Suíça diretamente para mim, eu a tenho desde 1998. Usá-la foi o motivo que me levou à arte digital.
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06
No universo da moda.
A clutch degradé verde que criei para a coleção para a Nina W chegou para mim antes do Natal e já virou meu xodó. É a minha peça número 1 no mundo da moda.
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