Matusalém é uma figura bíblica que, segundo o livro do Gênesis, teria vivido 969 anos. Talvez ele tenha 'puxado ao pai', Enoque, a propensão à longevidade, que por sua vez conquistou a marca de 365 anos vividos. Nada mal, não é?
Muito embora ainda bem longe de uma vida quase milenar, pois até hoje ainda não se tem notícias de alguém que tenha chegado (nem perto!) da idade do avô de Noé, talvez estejamos no caminho e já temos alcançado os nossos centenários. É quase certo que você e eu, se continuarmos por aqui, vamos chegar a mais de 80 anos. Com boas chances aos 90. E, te digo mais: se espremer um pouco, a gente passa dos 100 anos.
A espanhola Maria Branyas Morera é considerada pelo livro dos recordes a pessoa (viva!) mais velha do mundo na atualidade, e em março deste ano completou 116 anos. Que esperança! A expectativa ou esperança de vida é o número médio aproximado de anos que um grupo de indivíduos nascidos num mesmo período poderá viver, caso se mantenham as mesmas condições desde o seu nascimento. E aqui, a exemplo da espanhola centenária, eu já te adianto que a nossa expectativa de vida tem estado cada vez mais promissora.
Com isso, claro, esse aumento de anos vividos impacta uma população idosa (60+) que, de maneira global, segue aumentado. Por aqui, segundo os últimos dados apresentados pelo IBGE, no período compreendido entre 2012 e 2022, a parcela de pessoas 60+ saltou de 11,3% para 15,1% da população, num universo de 203 milhões de brasileiros. Em números absolutos, esse grupo passou de 22,3 milhões para mais de 33 milhões de pessoas em 10 anos.
E a tendência é de alta…
De acordo com Linda Gratton e Andrew Scott, autores do livro “A Vida de 100 Anos”, atualmente, a cada quatro anos ganhamos mais um de expectativa de vida. Com isso, eles afirmam, por exemplo, que as pessoas nascidas no final da década de 70 (que é o meu caso), podem chegar aos 95 anos.
Agora, aqui entre nós, se essas notícias são boas ou ruins, isso vai depender, e muito, de você.
É claro que aqui estamos considerando fatores que você, individualmente, tem o poder de modificar e que estão efetivamente ao seu alcance, tais como a forma como se alimenta, dorme ou se relaciona com o mundo a sua volta. Assim, você não deveria mais se apoiar, esperar ou culpar os seus genes. Afinal, no processo de envelhecimento, 30% é genética e 70% é hábito de vida.
O que quero dizer com isso é que as pessoas envelhecem de maneiras muito distintas umas das outras, ou seja, mesmo que existam pessoas longevas em sua família, a forma como você está envelhecendo (agora) é que pode determinar quanto tempo você vai viver e, principalmente, como vai viver a sua velhice.
Com isso, é possível afirmar que o seu envelhecimento e a sua velhice dependem muito do que você faz hoje, até porque, como diria o filósofo Jean Paul Sartre, “viver é esse eterno equilibrar-se entre escolhas e consequências”.
Ah, e a nossa personagem recordista em idade, através de um post em uma rede social, disse que sua longevidade se deve à “ordem, tranquilidade, boa conexão com a família e amigos, contato com a natureza, estabilidade emocional, sem preocupações, sem arrependimentos, muita positividade e ficar longe de pessoas tóxicas”.
“Soc vella, molt vella, però no idiota”. Traduzido do Catalão: “sou velha, muito velha, mas não sou idiota”, diz a biografia no perfil da Sra. Branyas!
O que será que o filho de Enoque nos daria como dica para uma boa longevidade?
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